"Meus pais eram separados e minha mãe me deixou na casa de uma pessoa para eu trabalhar de babá e olhar duas crianças. Eu tinha 9 anos na época e não recebia salário. Fiquei lá em troca de cama e comida e para garantir o meu sustento", explicou.
"Na época foi uma coisa assustadora, me gerou alguns traumas de abandono e achei que minha mãe tinha me dado. Depois ninguém queria ficar comigo. Essa família também não queria ficar comigo e fiquei para lá e para cá, até que acharam uma tia minha em Vinhedo. Me levaram até ela, que disse que não ficaria comigo. Quando eu estava beirando os 13 anos, me levaram para o meu pai, em Indaiatuba (SP), e passei a morar com ele", recordou.
Apesar de começar a trabalhar na infância, Luiza disse que não perdeu essa fase da vida. "Como sou de uma família de muitos irmãos, sempre brincamos muito. Eu e eles sempre inventamos brincadeiras. Lembro que eu não tinha panelinha [de brinquedo] e fazíamos de terra. Brincava em árvores, carrinho de rolimã e estilingue. Só fui ter minha primeira boneca quando precisei ser internada com pneumonia. Passei o Natal no hospital e ganhei um bonecão. Só tive meus brinquedos depois, quando minha filha nasceu. Fui me realizar com os brinquedos dela", completou.