Oficinas aceitam inscrições para iniciar os foliões no mundo da percussão
Alunos podem se preparar para tocar nas baterias de blocos já neste Carnaval
Por gabriela.mattos
Rio - O Carnaval é logo ali, mas ainda dá tempo de se familiarizar com a batucada e de tocar em desfiles pelas ruas da cidade. Algumas oficinas de percussão que levam os alunos para as baterias dos blocos ainda têm vagas abertas, mesmo para iniciantes.
No Morro Azul, no Flamengo, o experiente mestre Penha dá aulas de caixa, surdo, repique, cuíca e agogô. As oficinas funcionam durante o ano inteiro, mas ainda há lugar para quem quer começar agora e participar da farra no Carnaval. “A ideia não é que o cara seja um ritmista de escola de samba. Nesses anos todos, aprendi a ver a diferença entre bloco e escola de samba. Nossa ideia é colocar uma bateria que, além de tocar, tenha alegria sem a responsabilidade de perder pontos”, explica o mestre de 63 anos.
O bloco a que ele se refere é o Se Essa Rua Fosse Minha, criado exclusivamente para alunos das oficinas. Além dos discípulos de Penha, participam da festa os aprendizes do amigo Mestre Ary, que leciona tamborim. Ao todo, cerca de 150 aprendizes compõem a bateria do bloco, que funciona como uma espécie de encerramento do Carnaval de rua para Penha, responsável também por conduzir o Simpatia é Quase Amor, o Imprensa que eu Gamo e o Escravos da Mauá.
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Quem também se destaca na preparação para a batucada é a oficina ‘É do Pandeiro’, na Glória. A primeira aula, que foi aberta ao público, ocorreu ontem e deu início à jornada que termina em bloco no domingo de Carnaval, na Praça São Salvador, em Laranjeiras. Regida somente por pandeiros, a bateria é comandada pelo mestre Pedro Lima, de 52 anos. As cerca de oito aulas até o dia final custam R$ 150 e acontecem no Instituto Rose Marie Muraro, na Rua Hermenegildo de Barros, 44.
A intenção do projeto, criado em 2001, é “botar o pandeiro na frente”, explica Pedro Lima. “Antigamente, nas escolas de samba, existia o pandeiro, mas hoje o samba corre muito, o andamento é muito rápido. Os pandeiros sumiram. A ideia é essa, de botar o pandeiro na frente.”
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Em março, começam aulas para entrar na folia de 2018
Ao conversar com os alunos, fica claro que as oficinas vão além da simples experiência musical. É o caso da advogada Wilma Pontes, de 56 anos, que está no terceiro anos do curso de agogô do Mestre Penha. “Fazemos uma atividade que distrai. E todo mundo fica aqui quase o ano todo, nós sempre nos encontramos, saímos, acaba sendo praticamente uma família.”
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Aluno da oficina de caixa, o analista de sistemas Jorge Cezar, de 55 anos, classifica o curso como uma “terapia”. Do ponto de vista musical, ele também não tem do que reclamar. Desde quando começou, há quatro anos, já tocou em todos os blocos comandados pelo mestre Penha. “Quando entrei, foi ‘do zero’. A gente vai adquirindo experiência e se aprimorando.”
Há muitos cursos que não aceitam mais inscrições para este Carnaval e já abrem as vagas para o Carnaval 2018 em março ou abril. O Rio Pandeiro abrirá inscrições para cinco turmas no Rio, em Laranjeiras, e duas em Niterói, em Icaraí.
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Quem também está com vagas encerradas no momento, mas mira o ano que vem é o Multibloco, na Lapa. Atualmente, 130 alunos participam das duas turmas. Em março, começam novas oficinas na Avenida Mem de Sá, 126. São, por período (14 aulas), com um custo entre R$ 500 e R$ 600.
Confira as informações das oficinas disponíveis
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Mestre Penha
Local: Morro Azul, Flamengo Instrumentos: caixa, surdo, repique, cuíca e agogô. Mestre: Penha Preço: R$ 120 por mês. Tempo: uma aula de uma hora por semana. Contato: pelo e-mail (mestrepenha@hotmail.com) ou pelo telefone 96424-6663. Bloco no Carnaval: Se Essa Rua Fosse Minha, cuja bateria é composta somente por alunos que frequentaram as oficinas que estão sendo realizadas.
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É do pandeiro
Local: Instituto Rose Marie Muraro. Rua Hermenegildo de Barros, 44 - Glória. Instrumento: pandeiro. Mestre: Pedro Lima Preço: R$ 150 por oito aulas. Tempo: terças e quintas-feiras pré-Carnaval. Contato: 3649-7440 Bloco no Carnaval: Homônimo. Na Praça São Salvador, em Laranjeiras.