Rio - O calor e o clima abafado marcaram o 23º desfile do bloco Cordão do Boitatá, na Praça XV, no Centro do Rio, neste domingo. Cerca de 15 mil pessoas estavam presentes curtindo a folia. A estimativa dos organizadores era de 10 mil pessoas no local.
Com gritos de Marielle Presente, os foliões lotaram a Praça XV. Muitos aproveitaram o momento para protestar. Alguns cartazes com os dizeres "Lula Livre", "Ele não" - expressão usada durante a eleição contra o presidente Jair Bolsonaro - e "Não é não" - slogan de campanha contra o assédio às mulheres no carnaval - foram vistas no meio da multidão.
A acessibilidade foi outro assunto pautado no cortejo. Renata Carvalho, de 36 anos, mora em Niterói e comentou sobre as dificuldades para quem tem algum tipo de deficiência curtir o carnaval. "A maioria dos espaços do Carnaval não tem condições acessíveis para pessoas com deficiência. São os foliões que facilitam a nossa vida. Muitas vezes, dependemos da empatia deles para poder curtir a festa, que deveria ser de todos", afirmou a cadeirante.
A criatividade não ficou de fora da festa. Um grupo de amigos se fantasiou de "Os caça-fantasmas", em referência ao filme de mesmo nome. Lucas Guimarães, de 28 anos, Gregory Combat, de 30, Bianca Riani, de 22 e Thana Nascimento, de 28, usaram conduítes, caixa de papelão, fios e lata de refrigerante para confeccionarem as roupas. "Não gastamos quase nada para fazer toda a fantasia. Primeiro, o macacão arrumamos com uma galera de doação, depois compramos uma amoeba e o restante é material reciclado e muita criatividade", contou o grupo.
*Colaborou a estagiária Ana Mello