Teve até bolo verde e rosa no s 91 anos da agremiação - Armando Paiva / Agência O Dia
Teve até bolo verde e rosa no s 91 anos da agremiaçãoArmando Paiva / Agência O Dia
Por Gabriel Sobreira

A Estação Primeira de Mangueira comemora 91 anos neste domingo com festa, que teve direito a bolo confeitado com a bandeira da escola, e posse da no nova diretoria para 2019/2022. Os festejos foram no Palácio do Samba, a quadra da agremiação. O novo presidente da Verde e Rosa é Elias Riche, de 67 anos. A chapa de Elias, que tem Guanayra Firmino como vice-presidente, foi a única a disputar a se inscrever para disputar a presidência. Riche está na escola há 50 anos.

A escola foi a campeã do Carnaval desse ano com o enredo "História para ninar gente grande", que exaltou personagens que fazem parte da História do Brasil e são pouco mencionados nos livros de história. O samba falou também da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018. 

Leandro Vieira (E) e Elias Riche, o novo presidente da Mangueira - Armando Paiva / Agência O Dia

Riche assume o posto do deputado estadual (PSC-RJ) Chiquinho da Mangueira, que está em prisão domiciliar desde janeiro deste ano. Ele foi preso em novembro de 2018, na Operação Furna da Onça, um desdobramento da Lava Jato no Rio, que investiga a participação de deputados estaduais do em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos do governo do estado. 

"Quando o Chiquinho pegou a escola, a dívida era em torno de R$ 15 milhões. Hoje ele larga uma dívida das gestões anteriores de R$ 1,9 milhão e mais a da gestão dele, de R$ 3 milhões. São cerca de R$ 5 milhões", revelou Riche.

Apesar das altas cifras, ele acredita que é possível melhorar a situação dos cofres da agremiação. "Não posso garantir que consiga acabar (com a dívida) até o final da gestão, mas acho que consegue se fazer um trabalho bom desde que você trabalhe seriamente", defendeu ele.

Desfile da Mangueira no Carnaval desse ano, que levou para a avenida personagens da história brasileira - Alexandre Brum / Agencia O Dia

Carnavalesco da escola, Leandro Vieira, disse que está praticamente tudo certo para continuar na agremiação. "O Elias faz parte dessa confraria e é um cara alinhado, já conhece o meu trabalho. Sempre resolvo esperar a Mangueira", contou Vieira, que aprendeu o ofício dele por causa dos carnavalescos Rosa Magalhães e Renato Lage.

"São duas estrelas do Carnaval que se consolidaram artisticamente e permaneceram muito tempo treinando suas assinaturas em escolas. E eu quero treinar a minha aqui, na Mangueira", avisou animado.

No que depender do presidente não há razão para dúvidas. "Com certeza, o Leandro continua. A equipe toda do Carnaval continua. Não se mexe em nada", garantiu Riche explicando a sua preferência entre enredos autorais e patrocinados.

"É uma coisa a estudar. Se tiver um enredo patrocinado para nós, hoje é muito bom. Porque a escola vem sofrendo há muito tempo com esses enredos autorais que viemos colocando e não recebe nada. Se tiver um enredo bom, patrocinado, por que não?" questionou Riche.

Guanayra Firmino (E) e Elias Riche são os novos vice e presidente, respectivamente, da escola - Armando Paiva / Agência O Dia

Segundo o novo presidente, nesses 91 anos da escola, cerca de 95% dos enredos foram culturais. "No último dia 24, a presidência da Republica sancionou uma lei considerando a Dandara dos Palmares como heroína da pátria, como a Luisa Marins também (ambas personagens citadas no sabma). Lógico que não foi só por causa da Mangueira, mas ela ajudou a isso. Se pudermos juntar as duas coisas é bom. Se não puder, vamos no autoral mesmo", frisou o novo presidente.

Para o ano que vem, ele torce para que a Prefeitura do Rio não repita o que aconteceu na festa deste ano, quando um impasse envolvendo verba pública entre a Liesa e a Prefeitura do Rio quase colocou o Carnaval em risco.

"A prefeitura recolhe o teu ISS, mas na hora de dar o dinheiro ela não dá. Aí você pega São Paulo crescendo porque o prefeito acabou com o ISS das escolas. Fica difícil contar com o apoio e, de repente, ele não vem. Aí complica. Mas graças a Deus esse ano a comissão que se instalou, conseguiu superar isso e acho que vai conseguir superar de novo", espera.

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