Pacheco: em busca de apoio - Eduardo Hollanda/ Divulgação
Pacheco: em busca de apoioEduardo Hollanda/ Divulgação
Por GUSTAVO RIBEIRO
Rio - Diante da indefinição gerada pela virada de mesa da Imperatriz Leopoldinense e a renúncia do presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, o futuro do Carnaval começa a ser desenhado. O vice-presidente da Mocidade, Rodrigo Pacheco, que defendeu a permanência da agremiação de Ramos no Grupo Especial, confirmou nesta quinta-feira que será candidato à presidência da Liga. Ele anunciou a O DIA que, se eleito, vai propor mudança no regulamento para manter 14 agremiações na disputa.
De acordo com o regulamento atual, o Carnaval 2020 deveria ter 13 escolas no Grupo Especial, e o projeto era reduzir para 12 no ano seguinte. "As escolas devem entender que a gente precisa definir tudo antes. Não adianta, depois do desfile, definir coisas que já passaram. A gente precisa repensar o regulamento. São 14 barracões. Por que não um espetáculo com 14 escolas?", questionou.
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Pacheco ressaltou que as regras do Carnaval não podem ficar submetidas aos interesses da TV Globo, que, segundo ele, deseja reduzir o número de escolas para enquadrar os desfiles à sua grade de programação. Mas admite que o acordo com o Ministério Público, que previa o rebaixamento de duas agremiações, foi descumprido: "Eu acho que essa busca incessante de chegarmos a 12, e, posteriormente, até dez escolas como já foi comentado, é que acaba gerando um problema."
O dirigente apontou que já conta com o apoio de coirmãs. "Temos hoje um diálogo muito próximo com Salgueiro, Estácio, a Imperatriz, Grande Rio e a própria Mocidade, e vamos buscar apoio com outras agremiações."
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O pré-candidato adiantou que pretende manter os direitos de transmissão com a TV Globo. Ele também quer investir em ações de marketing para recuperar a credibilidade da festa e atrair parceiros comerciais, mas admite que as viradas de mesa, desde 2017, causaram instabilidade.
O não rebaixamento da Imperatriz foi definido, por votos de oito escolas contra cinco, em 3 de junho, quando Castanheira pediu para sair. No dia 26, Unidos da Tijuca, União da Ilha e Paraíso do Tuiuti mudaram de lado, subindo para oito o total que pede o rebaixamento. Pacheco acredita que a assembleia convocada para 10 de julho, para discutir uma "desvirada de mesa", corre risco de não ocorrer porque a Imperatriz pediu à Justiça o afastamento de Castanheira e que os atos dele após a renúncia não sejam válidos. Ontem, a Justiça intimou a Liesa responder, em até cinco dias, se a renúncia foi homologada, se há cronograma de transição e quem está exercendo os atos de gestão. O DIA não conseguiu contato com Jorge Castanheira.