No barracão da Portela, na Cidade do Samba, operários tentam agilizar os preparativos para 2020 - Cléber Mendes
No barracão da Portela, na Cidade do Samba, operários tentam agilizar os preparativos para 2020Cléber Mendes
Por Luana Dandara

Rio - Em meio às dificuldades que o Carnaval enfrenta, após perder a subvenção municipal, um alívio pode estar próximo. A Light e a Souza Cruz demonstraram interesse em patrocinar a folia de 2020, por meio da Lei de ICMS, e já estão com negociações avançadas com o governador Wilson Witzel e o secretário estadual de Cultura Ruan Lira. Para o próximo ano, o Estado quer aumentar a verba de R$ 25 milhões para R$ 40 milhões nos desfiles do Grupo Especial e da Série A, na Marquês de Sapucaí, além de blocos de rua em diferentes municípios. A prefeitura, por sua vez, está bancando as obras de infraestrutura do Sambódromo com verbas do governo federal.

"Ainda estamos na fase das conversações, mas as empresas se mostraram interessadas. Caso essas parcerias se concretizem, haverá aumento no montante do Carnaval para todo o estado", afirma Lira. "Estamos batalhando, mas os projetos ainda não foram protocolados. A Souza Cruz seria uma novidade. Depende mais deles do que da gente. Também estamos abertos para outras negociações", reforçou o secretário. No Carnaval deste ano, a Light repassou R$ 1 milhão para cada agremiação do Especial, também por intermédio estadual. 

Há cerca de dez dias, executivos das duas empresas chegaram a se reunir com Witzel. Oficialmente, nem a Light, nem a Souza Cruz respondem sobre o tema. Mas a possibilidade animou presidentes das escolas de samba.

"A parceria deste ano, entre poder público e empresas privadas, salvou o Carnaval da maioria das escolas. É um caminho muito promissor para que o desfile não perca qualidade. O financiamento via ICMS coloca, definitivamente, o capital privado no Carnaval", elogiou o presidente da Portela, Luiz Carlos Magalhães. No barracão da Azul e Branca, as alegorias começaram a montagem. Mas segundo Magalhães o ritmo ainda é lento por conta do dinheiro.

Na Unidos da Tijuca, a situação é parecida. "Tem que sair alguma ajuda, senão a gente não termina. Estamos aguardando a boa vontade do governador", disse o presidente Fernando Horta. "Esperamos uma luz para que possamos prosseguir com nosso projeto", aponta Laíla, diretor de Carnaval da União da Ilha e supercampeão da folia.

Presidente da Vila Isabel, Fernando Fernandes admite que ainda está inseguro com as promessas de patrocínio: "É muita incerteza e vaidade política. Esse dinheiro ajudaria em tudo", resumiu.

 

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