Presidente da Liesa, Jorge Castanheira, no lançamento do CD do Grupo Especial para o Carnaval 2020Beatriz Perez/ Agência O DIA
Por Beatriz Perez e Luana Dandara
Publicado 03/12/2019 11:55 | Atualizado 05/12/2019 09:58
Rio - A elite do Carnaval se reuniu na segunda-feira, Dia Nacional do Samba, para a festa de lançamento do CD oficial das escolas de samba do Grupo Especial do Rio para 2020. Na quadra do Salgueiro, no Andaraí, Zona Norte do Rio, as treze escolas do grupo especial apresentaram seus sambas ao som da bateria da Estação Primeira de Mangueira, escola campeã de 2019, cedida ao comando dos mestres de cada agremiação para a celebração.
A expectativa da Liesa é de que o álbum esteja disponível nas plataformas digitais até esta quarta-feira.    
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O evento reuniu compositores, diretores, patronos, mestres-sala e portas-bandeira e rainhas de bateria. A festa foi encerrada com uma apresentação da verde-rosa relembrando sambas e alegorias de antigos carnavais, com apresentação de diversos segmentos da escola.
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Diretor de Carnaval da União da Ilha e supercampeão da folia, Laíla acredita que essa é a melhor safra de sambas dos últimos dez anos. "Vim pra União da Ilha para ganhar título. Podem esperar uma grande escola", destaca.
Para o compositor Moacyr Luz, um dos autores do samba-enredo do Paraíso do Tuiuti, o carnaval carioca colhe boas safras de composições desde 2018. "De uns três anos para cá, houve uma mexida dos sambas-enredo a partir de um esgotamento de uma fórmula. As composições ganharam ousadia e o Tuiuti (em 2018) foi importante nessa história. A oportunidade de participar e ser escolhido para fazer um samba é muito gratificante". Moa chegou na quadra do Salgueiro direto do Renascença Clube, a 800 metros de distância, onde comanda o Samba do Trabalhador todas as segundas-feiras. "Gosto dessa liturgia da diretoria, mestre-sala, porta-bandeira", completa.
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Um dos carnavalescos da Grande Rio, Gabriel Haddad celebrou a festa do samba, mas lamentou que este ano a celebração não foi aberta ao público. "Entendo que este ano há o problema financeiro, mas é pena que o povo do carnaval não participe". Ele conta que, na escola de Caxias, está reutilizando estruturas de carnavais passados para evitar ao máximo comprar materiais novos, pela crise financeira. " O cronograma está sendo seguido, apesar das dificuldades. Os ensaios estão muito bons. Isso dá um gás pro nosso trabalho. Toda vez voltamos energizados", diz.
Empolgado, o humorista e compositor da São Clemente Marcelo Adnet também participou da festa e brincou com os parceiros. "É o primeiro ano que componho. Compus para a São Clemente, minha escola do coração, e para o Botafogo Samba Clube (Grupo Especial da Intendente Magalhães). Logo no primeiro ano conseguimos estar nesta festa. É muita alegria. Sei todos sambas de cor. Carnaval é sinônimo de resistência. Eu amo esta festa popular, que fala da nossa história em tempos tão difíceis. Só tenho a comemorar com meus amigos", festeja.
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Em casa, a rainha de bateria do Salgueiro, Viviane Araújo, empolgou os presentes.
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O encerramento da festa ficou com a atual campeã, que colocou o povo para sambar, cantar sucessos de outros carnavais e apreciar coreógrafos, mestre-sala e porta-bandeira, a rainha Evelyn Bastos, baianas e passistas. 
O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, cumprimentou e agradeceu a presença dos componentes e da diretoria de todas as escolas pelo dia Nacional do Samba e assegurou que, apesar das dificuldades financeiras, o gênero e o Carnaval resistem.