Anjos do Carnaval: voluntárias vão orientar vítimas de assédio, importunação e estupro nos blocos
 - Divulgação / Anjos do Carnaval
Anjos do Carnaval: voluntárias vão orientar vítimas de assédio, importunação e estupro nos blocos Divulgação / Anjos do Carnaval
Por Rachel Siston*

Carnaval é tempo de descontração, mas também para falar de assunto sério. Nos últimos anos, o assédio, a importunação sexual e o estupro viraram enredo da folia devido ao alto número de mulheres vítimas de tais delitos. Pesquisa do Ibope-Inteligência aponta que 48% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio, constrangimento ou importunação nos dias de folia. No caso das vítimas com idade entre 16 e 24 anos, os casos chegam a 61%.

O levantamento, feito entre 31 de janeiro e 6 de fevereiro, mostra que 29% dos homens acreditam que mulheres que usam roupas ou fantasias curtas não podem reclamar de cantadas. Além disso, 18% deles acham que 'roubar beijo' faz parte da paquera; 15% acham elogio chamar de "gostosa" e 9% consideram aceitável segurar pelo braço.

Pensando no bem-estar e segurança das foliãs, coletivos e órgãos públicos se uniram para conscientizar a população. Pela primeira vez, os Anjos do Carnaval chegarão aos blocos de rua para acolher e orientar as vítimas. Entre hoje e terça-feira serão distribuídos 100 mil adesivos da campanha.

O coletivo Não É Não se uniu à rede social Badoo e disponibilizará 210 mil tatuagens temporárias em 16 estados, incluindo o Rio, com as frases 'Não é não' e 'Conexões sinceras'. O aplicativo da rede social terá conteúdos e filtro no Instagram. Um dos principais meios de se chegar às festas, o BRT, distribui desde ontem adesivos 'Não é não', 'Fantasia não é convite', 'Meu corpo, minhas regras' e 'Depois do não, tudo é assédio'.

Este ano, a Defensoria Pública oferecerá 10 mil ventarolas com informações de como agir em casos de violência de gênero. O Disque Cidadania e Direitos Humanos, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, vai funcionar 24h durante o Carnaval para receber denúncias de assédio sexual, além de LGBTfobia, racismo, agressões, abandono, intolerância religiosa e desaparecimento de pessoas. O serviço encaminhará denúncias aos órgãos competentes.

 

Fui vítima, e agora?
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O primeiro passo para denunciar um caso de assédio ou importunação sexual ou de estupro é registrar ocorrência em uma delegacia, relatando detalhes do acontecimento. A apresentação de provas, como vídeos, fotos e testemunhas ajudam as autoridades a identificar os agressores.
A denúncia também pode ser feita à um policial militar mais próximo ou segurança - caso esteja em um ambiente privado -, ou ligar para a polícia pelo 190. De acordo com a cartilha da Defensoria Pública do Rio, vítimas de violência sexual grave devem ser conduzidas, primeiramente, a uma unidade de saúde, com a maior brevidade possível. Não é necessário registrar o crime antes de buscar atendimento médico. A cartilha com telefones para denúncia está disponível no site da Defensoria.
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PARA PEDIR AJUDA
Centro Integrado de Atendimento à Mulher Márcia Lyra - Segunda à sexta, 9h às 17h - Rua Regente Feijó, 15 - Centro - 2332-8249
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Núcleo de Defesa da Mulher Vítima de Violência - Segunda à sexta, 10h às 18h - Rua do Ouvidor, 90/4º andar - Centro - 2332-6371
Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher - 0800 2820119
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Disque Cidadania - 0800 0234567
Polícia Militar - 190 
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