Anderson Freitas trabalha como agente de segurança no metrô, mas não deixa de curtir sua paixão por desfilar nas escolas de samba - Arquivo pessoal
Anderson Freitas trabalha como agente de segurança no metrô, mas não deixa de curtir sua paixão por desfilar nas escolas de sambaArquivo pessoal
Por André Arraes*
O Carnaval é um momento muito esperado e de muita alegria para a maioria dos brasileiros, que quer apenas se divertir nesses dias de folia. Mas tem um grupo que curte o Carnaval de outra maneira: suando a camisa no trabalho, garantindo que a festa aconteça da melhor maneira possível. Só não pense que esse pessoal fica apenas de espectador. Tem muita diversão também.

Durante o Carnaval, órgãos públicos e concessionárias de serviços, como o MetrôRio e a Supervia, realizam operações especiais para que os cariocas possam curtir a folia na Cidade Maravilhosa. O agente de segurança Anderson Freitas, de 35 anos, vai trabalhar no MetrôRio, mas sem perder a chance de cair na folia. Há dez anos, ele recebeu convite para participar de um desfile de escola de samba e nunca mais parou. Já saiu na Mangueira, Beija Flor, Mocidade e também na Acadêmicos de Santa Cruz, que foi a escola onde tudo começou e onde ele permanece até hoje.
Nesse período, ele já fez de tudo: desfilou em carro alegórico, ala, participou da bateria tocando surdo e, há três anos, é um dos diretores de harmonia da agremiação de Santa Cruz. Algumas vezes, Anderson saiu direto do trabalho para a Sapucaí.

Ele pretende desfilar pela Acadêmicos de Santa Cruz, que será a quarta escola na segunda- feira, por volta das 3h. Anderson ainda planeja levar o filho de 7 anos para curtir blocos infantis em Santa Cruz, bairro onde mora. “O moleque também gosta de Carnaval!”, conta.
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Francisco José Macedo, funcionário da Supervia, carrega a Acadêmicos de Santa Cruz no coração e está passando essa paixão ao filho Leonardo, de 15 anos - Arquivo pessoal



A Acadêmicos de Santa Cruz também tem um lugar especial no coração de Francisco José Macedo, de 49 anos, que é eletromecânico, responsável pelos reparos nos trens da Supervia. Ele é diretor de bateria da agremiação e desfila há 32 anos. “ A paixão pela escola vem de família, minha mãe sempre frequentou a quadra, porque tinha amigos lá. Era um local de encontros e descontração. Hoje, ensino ao meu filho, Leonardo, de 15 anos, para que possa dar continuidade a essa tradição. Sempre fui responsável com o meu trabalho, mas é importante termos um tempo e um lugar para esquecer de tudo e nos divertirmos. A acadêmicos de Santa Cruz é como uma segunda casa para mim".

As unidades 24 horas da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, como UPAs, hospitais e os Centros de Emergência Regional (CERs), funcionam ininterruptamente no período do Carnaval. Em função do ponto facultativo, no dia 21 de fevereiro (sexta-feira), as unidades de Atenção Primária (centros municipais de Saúde e clínicas da Família), policlínicas e ambulatórios dos hospitais funcionaram até o meio-dia.
Na segunda-feira (24) e no feriado de terça (25), as unidades não abrem. Durante o ponto facultativo do dia 26, as unidades funcionarão a partir das 13h.
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Rogério Coleta se divide entre a UPA de Vila Kennedy e a faculdade de Enfermagem, mas não abre mão de desfilar na Sapucaí - Arquivo pessoal


O servidor público e técnico de enfermagem Rogério Coleta, de 38 anos, trabalha na Prefeitura de Queimados e na UPA de Vila Kennedy e, acredite, ainda faz faculdade: está no 9º período da faculdade de Enfermagem. Este ano ele vai desfilar na Acadêmicos da Rocinha, no carro abre-alas e numa ala da Paraíso do Tuiuti.
Conciliar a vida de trabalho e estudos é difícil, mas ele dá conta: “É corrido, mas eu gosto, a diversão é sempre bem-vinda, temos que arrumar um tempinho para fazer algo que gostamos. Devido à correria do cotidiano, no trabalho vemos pessoas com dor, enfermas, e fazemos o melhor para a recuperação do paciente; quando saio do plantão, o samba e o Carnaval é como se fossem terapia. Faz bem, me sinto renovado”.
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Esse gosto pela festa popular, ele acredita que vem antes mesmo de ele nascer, quando sua mãe, Célia Maria, desfilou grávida dele. ”Talvez venha daí essa paixão pelo Carnaval, além de toda a minha família gostar também”, assegura Rogério.
* Estagiário sob orientação de Alexandre Machado