Os foliões Paulo Rocha, Roberto Lima, Marcelo Damasceno no Bloco Banda de Ipanema - Luciano Belford/Agência O Dia
Os foliões Paulo Rocha, Roberto Lima, Marcelo Damasceno no Bloco Banda de IpanemaLuciano Belford/Agência O Dia
Por Marina Cardoso
Rio - Foi dada a largada para o Carnaval 2020. No primeiro dia oficial de folia, o tradicional Cordão do Bola Preta arrastou cerca de 630 mil pessoas nas ruas do Centro do Rio, na manhã deste sábado, segundo a Riotur. O desfile começou por volta das 9h na Rua Primeiro de Março e seguiu até a Avenida Presidente Antonio Carlos. Nem a chuva que caiu desanimou os foliões que foram às ruas para celebrar.

Galeria de Fotos

Os foliões Paulo Rocha, Roberto Lima, Marcelo Damasceno no Bloco Banda de Ipanema Luciano Belford/Agência O Dia
Bloco Terreirada Cearense, na foto acima Jessica luz Luciano Belford/Agência O Dia
Bloco Terreirada Cearense Luciano Belford/Agência O Dia
Bloco Terreirada Cearense Luciano Belford/Agência O Dia
Bloco Terreirada Cearense Luciano Belford/Agência O Dia
Bloco Terreirada Cearense,na foto acima Jord Guedes Luciano Belford/Agência O Dia
Bloco Terreirada Cearense Luciano Belford/Agência O Dia
Bloco Terreirada Cearense Luciano Belford/Agência O Dia
Bloco Terreirada Cearense Luciano Belford/Agência O Dia
Bloco Céu na Terra, em Santa Teresa Gilvan de Souza / Agência O Dia
Bloco Céu na Terra Gilvan de Souza / Agência O Dia
Bloco Prata Preta Gilvan de Souza / Agência O Dia
Pantera Negra na multidão do Bloco Prata Preta Gilvan de Souza / Agência O Dia
Bloco Multibloco Gilvan de Souza / Agência O Dia
Bloco Multibloco Gilvan de Souza / Agência O Dia
Bloco Bola Preta, no Centro Gilvan de Souza / Agência O Dia

Com o tema Tradição, paz, amor e Folia, o bloco, que desfilou pela 102ª vez, homenageou duas cantoras que fazem parte da história do Bola Preta: Elizeth Cardoso, comemorando também centenário de nascimento, e Carmem Costa, intérprete que deu a voz ao hino do Cordão. Em um dos trios estavam presentes a rainha do bloco, a atriz Paolla Oliveira, o padrinho Neguinha da Beija Flor, a porta estandarte Leandra Leal, a madrinha Maria Rita e a musa do bloco Selminha Sorriso.
Ao longo de todo o cortejo, o público foi embalado por sambas e marchinhas. O casal Ana Paula Soares e Roberto Lima, ambos de 38 anos, não perdem um desfile do bloco. "O Bloco da Preta é referência para gente há mais de 20 anos. Carnaval sem Bola Preta não é Carnaval. Pode chover, fazer sol e ou ventar, mas nós estamos aqui", disse a professora, que foi fantasiada de caneta azul com o marido.
Mas nem tudo foi folia. No bloco mais tradicional carioca, policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) prenderam dois homens com drogas em um dos pontos de bloqueio e revista, que foram montados ao longo de todas as ruas que ligam ao local do cortejo para megablocos neste Carnaval. Ainda segundo a PM, os militares apreenderam seis facas, cinco tesouras, sete chaves de fenda, um canivete, dois alicates, quatro estiletes, dois simulacros, uma arma de choque e garrafas.
Para abrir oficialmente o Carnaval ontem, o bloco Céu na Terra levou foliões para as ladeiras de Santa Teresa. Às 7h30, o público se concentrou no Largo dos Guimarães em direção ao Largo das Neves. Neste ano, o cortejo tinha como tema "O Céu abraça a Terra, deságua o Rio na Bahia".
Durante o desfile, que tem em seu repertório a música popular brasileira, mas sem deixar de lado as marchinhas, era possível ver pessoas fantasiadas com temas políticos, sátiras de memes, e os adereços que haviam caído na referência popular, como o problema da água mineral e ao coronavírus. Além disso, muitas pessoas vestidas com roupas bem coloridas e referências a filmes.
A pesquisadora de mercado Camila Rameck, 27 anos, decidiu ir fantasiada de urna eletrônica. "Quis vir assim, pois o voto é determinante saber para dar um beijo neste Carnaval", conta ela, que disse que não perde o bloco que desfila nas ruas de Santa Teresa. "São os melhores. Acho incrível demais", afirma.
A bancária Mayra Dias, 29, disse que não tem como não se contagiar com o Carnaval. "Época para usar todo o glitter do mundo. É a melhor época do ano" disse.

O economista Felipe Miguel, 28, disse que Carnaval é uma forma de se manifestar. "Vim fantasiado de água mineral como forma de protesto pelo que está acontecendo no nosso estado", disse.
Além deles, desfilou também o Cordão do Prata Preta, que leva esse nome por conta do capoeirista Horácio José da Silva que ficou conhecido durante a Revolta da Vacina, na Gamboa, Zona Portuária do Rio, o Amigos da Onça, no Flamengo, e Multibloco, na Lapa.