Coach Roberto Bueno - Reprodução
Coach Roberto BuenoReprodução
Por O Dia
Rio - O coach Roberto Bueno, 40 anos, foi encontrado morto, na última segunda-feira, na casa onde morava em Miami, nos Estados Unidos. A suspeita é que o profissional tenha tirado a própria vida. O caso chocou o público e a morte do profissional, que tinha 2 milhões de seguidores no Instagram e era considerado ‘guru das famosas’, levantou uma questão importante: a prevenção ao suicídio.
Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram com a depressão no Brasil, de acordo com a OMS, e 800 mil cometem suicídio. É a segunda principal causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos de idade. “Chega um momento em que a pessoa com depressão não suporta mais o local em que está, e o personagem que criou. Aquele com a doença não odeia sua essência, mas que acabou fazendo com ela através dos anos, por isso acaba desejando acabar consigo mesmo”, conta o psicólogo João Alexandre Borba.
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Ao longo da vida, entramos em cada vez mais contato com essa essência, a descobrindo conforme crescemos. Não conseguir mais ter contato com essa essência ou sentir que a está desonrando pode se tornar uma grande angústia e gatilho.
“Se você conhece alguém que teve mudanças de comportamento, começou a se isolar ou parou de fazer as coisas que gostava sem motivo aparente ou então marcas de automutilação, é um sinal: o momento de você aconselhá-la a buscar ajuda”, explica o psicólogo.
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Na maioria das vezes, quando nos deparamos com alguém que amamos passando por essa situação, tentamos ajudar, aconselhar, buscar formas de ajudá-la, mas isso provavelmente não vai funcionar, apenas te deixar frustrado, pois aquele com depressão não consegue mudar tão facilmente. A melhor atitude é levá-lo para buscar ajuda especializada, e aí sim ter resultados.
“Quando o depressivo chega a um ponto onde nada mais o agrada, sua imagem já está tão avessa à imagem que ele sente que deveria ter, que apenas uma alternativa parece possível, o reiniciar. Porém, não há como fazer isso, e então surge a idéia do suicídio”, relata.
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Hoje em dia, um dos maiores causadores dessa doença é a comparação desenfreada, que surge, principalmente, através das redes sociais. É muito fácil encontrar alguém que parece perfeito ou ter a vida dos sonhos e então se afundar no sentimento de fracasso.
“Em vez de olharmos para nós mesmos e tentarmos melhorar aquilo que julgamos necessário, acabamos olhando para o outro e nos comparando”. Isso vai nos afastando de nossa essência, fazendo com que percamos nossa força interior.
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“O personagem que criamos, muitas vezes no trabalho ou para se sentir melhor em algum outro aspecto acaba tomando conta, fazendo com que perca essa verdadeira identidade, por isso a vontade de acabar com isso”.
O primeiro passo é olhar para si mesmo e analisar se está sendo coerente com a sua essência, se o seu personagem não vai contra conceitos que são seus pilares, e tentar reencontrar quem você realmente é, para saber se não está prejudicando sua saúde mental.
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Quando a resposta a isso é negativa, é preciso procurar ajuda. O Centro de valorização à vida – CVV está disponível 24h através de diversos meios de comunicação, e, se estiver ao seu alcance, sempre há um psicólogo com as portas abertas.