São Paulo - A atriz Karol Lannes começou na televisão ainda era criança, em "Duas Caras", e seu último trabalho nas novelas foi em Avenida Brasil, quando interpretou Ágata. Em entrevista à Glamour, ela contou que não foi fácil crescer na frente das câmeras e que sofria bullying de seus colegas na escola.
"Quando Avenida Brasil terminou, estava entrando na adolescência. Nesse período, ser a 'filha da Carminha' se tornou um peso enorme. Meus colegas, literalmente, tinham um acervo gigantesco de conteúdo para me humilhar, os mesmos colegas que hoje escrevem 'saudades' nas minhas publicações. As pessoas sempre me olharam diferente pelo fato de que eu trabalhei durante toda a vida escolar. Isso me tornava estranha. Uma coisa que me dá tanto orgulho, na época era motivo de chacota. O que os jovens mais querem, infelizmente, é a aceitação dos outros, e ninguém te conta que você não precisa disso", disse a atriz.
Karol contou que com o tempo ela foi se isolando e encontrou um refúgio na leitura, com o tempo ela passou a escrever também. "Apenas me ocupava para não precisar lidar com todas as mudanças que estavam acontecendo", ela se recorda. A atriz fala que com o tempo começou a ouvir críticas por conta do corpo e mais no futuro teve que lidar com a exposição de sua sexualidade na mídia.
"O meu corpo sempre pareceu errado. Os outros o tratavam assim. Sempre cuidei da minha saúde, alimentação, exercício, mas existe a concepção totalmente errada de que magreza é sinônimo de saúde. Meu biótipo nunca me impediu de fazer as coisas que eu amo", conta.
A atriz disse que também sofreu com o estigma de que nunca conseguiria superar o trabalho que fez em "Avenida Brasil", aos 12 anos de idade. "Crescer e ser artista não é sempre aquele conto de fadas, porém criar sua identidade e poder influenciar de maneira positiva a vida de outras pessoas é muito poderoso e gratificante", analisa.
Atualmente Karol estuda na estadual do Mato Grosso do Sul, dá aulas de inglês, produz bastante conteúdo nas redes sociais e planeja mudar de universidade. Por fim, ela reflete: "Quem me vê plena não imagina as vezes que eu aceitei menos do que merecia por me achar feia, gorda, fracassada, insuficiente, mas nunca fui eu. Os outros projetam na gente aquilo que incomoda neles".