Luciano CamargoWil Aleixo / Divulgação
Por Isabelle Rosa

Luciano Camargo lança seu primeiro solo inédito de música gospel neste mês.  'A Ti Entrego' tem 15 faixas. A primeira, chamada 'Tempo', estará disponível a partir de sexta-feira, dia 16. À coluna Babado, do Jornal Meia Hora, o cantor fala sobre sua relação com Deus, nega o término de sua dupla com Zezé e ainda revela que seu irmão é seu maior incentivador. Confira a entrevista! 

 

Você agora tá se lançando como cantor gospel. Era uma vontade antiga, como foi esse outro passo musical?

Eu quando criança eu ia pra igreja. Eu não tinha o relacionamento com Deus e com religião. Há 20 anos, minha mãe pediu que eu gravasse uma música gospel. Minha mulher era da igreja ouviu aquele pedido e naquele momento também entrou essa vontade no coração da minha mulher. Quando eu casei, no primeiro ano que eu casei, eu fui pra igreja. Me converti. Minha experiência com Deus antes era uma experiência morna. Aqueci. Essa vontade nunca saiu de mim e eu decidi gravar agora. O tempo não era meu, era de Deus. Ele nos dá tempo pra tudo. 

Esse trabalho tem 15 faixas. Como você chegou nelas? Foi difícil escolher o repertório?

Quando eu resolvi fazer esse projeto foi no início da pandemia fazer o projeto, depois de três anos pensar nele. Primeiramente, eu pensei em só fazer regravação de músicas desse segmento. Pensava: 'Como vou colher tantas músicas inéditas?'. Naquele momento, eu não sabia, mas eu tava com medo. E se um compositor de renome não mandasse música pra mim? Porque eu não não gravava gospel. Meu arranjador pediu as músicas para essas pessoas. Anderson Freire, Malaquiasm, Baruruk, o Iago, um menino do Rio, me mandaram músicas. Nossa, o repertório tá lindo. Consegui colocar a minha identidade, nesse estilo. Eu lavo louça louvando. 

Você é uma pessoa muito religiosa?

Minha relação é com a igreja, com Cristo. Desde que eu casei, eu sempre frequentei a igreja. Como eu trabalhava de quinta a quinta a domingo, eu criei uma célula em casa. Durante muito tempo tive isso, quando as meninas nasceram que eu dei uma freada nos shows. E hoje eu tenho condições de ir à igreja domingo. 

Como é sua relação com Deus? Tem gente que ouve um chamado, outras dizem que ele toca o coração delas. 

Eu não tive essa experiencia de ouvir coisas. Meu primeiro contato com Deus é a bíblia. Eu leio todos os dias. Deus é mais que amigo, é pai. Nós somos imperfeitos e eles no ama. Minha relação com Deus é de amor. Uma relação de uma vontade muito grande de estar perto dele, ler e conhecer a palavra.  

Esse trabalho era um desejo antigo seu. Porque decidiu lançar agora?

Eu falo que foi no tempo de Deus. Num momento que eu tivesse calmo no meu trabalho, a agenda tá tranquila com o Zezé. E para que todos absorvessem isso de forma tranquila. Mesmo que eu quisesse fazer show com esse projeto, eu não conseguiria. Primeiro, por causa da pandemia. E se não fosse a pandemia por conta dos meus shows com o Zezé.

Como o Zezé reagiu a esse seu novo projeto musical? 

O meu irmão, o Zezé, ele é o meu maior incentivador. Nós somos pessoas de gostos diferentes. Ele gosta de fazenda e eu de cidade. No dia a dia, a gente se vê pouco. Mas quando eu falei do projeto ele já me incentivou. Eu disse: 'Chegou a hora'. E ele me disse: 'Sonhe e realize'. Quando eu mostrei a música 'Tempo' pra ele, ele disse: 'Meu irmão do céu, que letra. Que lindo'. Eu fiquei  envaidecido. Tudo o que eu sei hoje, eu devo ao meu irmão. Os shows, todas as músicas que eu solei até hoje foram as escolhas do Zezé. Ele me acha o melhor do mundo.

E como está sendo cantar sem dupla? É muito diferente?

Na verdade, minha experiência cantando solo nos trabalhos, me dá uma garantia. De 'vou chegar, cantar e cantar bem'. Eu já tinha gravado músicas sozinhos. Tem música minha que só minha mulher tem, tem louvores para alguns familiares. O que foi mais difícil não foi ir lá e cantar.  É que quando eu coloco uma segunda ou terceira voz na música, o meu costume era de timbrar a minha voz com a do meu irmão. Quando eu fui timbrar minha segunda voz com a minha primeira, eu não achava bom. Porque eu não tinha costume. Precisei ficar me ouvindo. Quando meu ouvido acostumou, eu consegui colocar a voz direito. 

Como você acha que vai ser a reação das pessoas ao te ver cantando sozinho?

Eu sei que vou receber crítica de todo o jeito. Os críticos vão falar com verdade e eu vou receber como uma crítica construtiva. Mas sei que vão vir outras críticas. Mas o meu intuito é tocar o coração das pessoas com esse trabalho. Acho que as pessoas vão se surpreender achando que eu não cantava. 

Você e o Zezé completam 30 anos de carreira esse ano. Tem coisa boa vindo por aí?

Então, nessa época do meu projeto eu não gravei com o Zezé, até pra não ter muita influencia dele. Quis me isolar pra fazer o meu. Zezé produzia as coisas da dupla paralelamente.  Mas ele me mandava as músicas, eu colocava minha voz no que ele me mandava. E tem muita coisa boa aí. A gente grava um álbum, tem uma websérie, que tem a participação de Thiaguinho, Marília Mendonça, Luan santana. Tá bem bonito esse projeto.

Você assinou com a Sony, como foi sua volta a casa?
Eu fiquei na Sony 27 anos com o Zezé. Meus sucessos são de lá. Foi um casamento que deu certo. Fiquei de três anos fora, porque o 'Zezé di Camargo e Luciano' ficou independente. Hoje, eu voltei como filho pródigo. Eu recebi tantos braços estendidos. Então, esse meu novo trabalho está saindo com a Sony. Mas meu contrato é só para esse projeto.

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