Por tabata.uchoa
'César tem dupla face. Uma boa e uma má'%2C diz FagundesDivulgação

Rio - Esqueça a velha frase “meu pai, meu herói”. Quando se trata das figuras paternas da novela ‘Amor à Vida’, elas estão mais para loucas do que santas. A verdade é que nesse time, cada pai joga em uma posição diferente.

No ataque, estão o sem caráter homofóbico César (Antonio Fagundes) e o passional Denizard (Fúlvio Stefanini), com muitas bolas fora, mas sempre partindo para o gol.

No meio de campo, o marginal Ninho (Juliano Cazarré) e o certinho Bruno (Malvino Salvador) procuram a melhor estratégia de jogo. Já na defesa, a dupla superprotetora, formada por Eron (Marcello Antony) e Niko (Thiago Fragoso), batalha muito para que o placar seja favorável.

No Dia dos Pais, os atores da trama das 21h falam sobre a forma como criam seus filhos na ficção e avaliam sua postura como pai. “César tem dupla face. Uma boa e uma má. Quando se trata do Félix (Mateus Solano), ele é homofóbico, grosseiro. Quando é a Paloma (Paolla Oliveira), ele é muito carinhoso. Acho até que pode existir uma preferência ou outra se tratando de filhos, mas eu não passo por essa experiência na vida real”, revela Antônio Fagundes, pai de Bruno, 24 anos, Dinah, 33, Antônio, 32, e Diana, 31.

Se fora das telinhas, Fagundes teve que dar conta de quatro, na novela, sua prole pode ser bem maior do que ele imagina. Recentemente, César descobriu que também é pai de Jonathan (Thalles Cabral) e ele ainda pode ser pai de Gina (Carolina Kasting) e Valdirene (Tatá Werneck). “Sei que algumas paternidades ainda serão desvendadas. César tem filho para tudo quanto é lado. Ele é o garanhão mor, é o pai de todos. Toda mulher que tem filho, ele acha que pode ser dele”, diverte-se.

Bem diferente de César, que procura agir sempre com a razão para manter a boa imagem da família, é o Denizard, que só funciona movido pela emoção. Para defender seus filhos Bruno, Carlito (Anderson di Rizzi) e Luciano (Lucas Romano), ele não economiza gritos e adora arrumar uma confusão.

“Denizard é quase uma força da natureza. Ele é um personagem passional, um apaixonado pela família, mas não é nada racional. Ele representa aquele pai da classe média baixa, simples, mas solidário. Enquanto a família rica do César é desestruturada, a dele é mais unida”, avalia Fúlvio. Longe da ficção, os filhos do ator, Fúlvio Filho, 42, e Leonardo Stefanini, 39, conhecem uma pessoa totalmente diferente de Denizard. “Não tenho nada a ver com ele. Até sou passional por ser descendente de italiano, mas sou muito mais racional”, analisa.

Ninho não é lá um bom exemplo de pai, ainda mais depois de tentar sequestrar a própria filha, Paulinha (Klara Castanho). Mas não são as atitudes impensadas do hippie que fazem dele um mau-caráter. Juliano Cazarré, pai dos pequenos Vicente, 3 anos, e Inácio, 11 meses, defende seu personagem.

Juliano Cazarré acha que Ninho deveria ter o direito de ver a filha%2C mas também deveria ter o dever de pagar pensão e zelar por sua educaçãoDivulgação


“Falta a chance de ele ser pai, ele nunca soube o que é isso. A chance de ser apresentado como pai biológico e se aproximar da menina. E com isso, viriam direitos e deveres. Acho que ele deveria ter o direito de visitar a menina, de passear com ela, mas também deveria ter o dever de pagar uma pensão, de zelar por sua educação e bem-estar. E acho que Paulinha deveria ter o nome dos dois pais na certidão de nascimento”, diz Juliano.

“Ele é impulsivo e ingênuo. Ele não sequestrou a menina por maldade, não quer resgate. Ninho quer realizar o sonho que ele tinha lá atrás, o sonho da vida dele, criar uma família do seu jeito, solto, viajando pelo mundo. É um sonho doido, mas é o sonho dele. Ele é romântico, sequestra por amor! Eu penso bem diferente dele. Nunca traficaria, nunca deixaria de procurar um filho perdido. Deus me livre e guarde. Mas o Ninho é um homem sensível que viveu alguns grandes traumas na vida. Foi preso, perdeu a mulher que amava e a filha, que nem conheceu. Tudo isso em muito pouco tempo. Acho que ele merece outra chance, e merece nossa compreensão”, analisa o ator.

Nada convencionais são os futuros papais Eron e Niko, que formam o casal homossexual da trama. Mesmo com duas tentativas frustradas com a barriga solidária aceita pela amiga Amarylis (Danielle Winits), eles vão conseguir o tão sonhado filho pelo método da inseminação artificial e ainda vão adotar outra criança. Para Marcello Antony, a experiência da adoção não é nenhuma novidade. O ator é um verdadeiro paizão para Stephanie, 13, e Francisco, 10, seus filhos adotivos, e para o caçula, Lorenzo, 1 ano e 10 meses.

“Imagino que quando o Eron realizar o seu sonho de ser pai, ele e o Niko serão superprotetores e extremamente carinhosos com esse filho, muito em função da dificuldade que passaram para realizar esse sonho”, acredita Antony.

Thiago Fragoso não pensa diferente do colega de elenco. “O Niko tem essa profunda vontade de ser pai e acredito que ele queira dar tudo de melhor para essa criança, protegendo e dando condições para que ela cresça no meio de muito amor e felicidade”. Pai do pequeno Benjamin, 2 anos, o ator afirma que tem vocação para a paternidade e quer ter mais filhos.

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