Por tabata.uchoa

Rio - De sapatada em sapatada, o jornalista Rogério Forcolen vê o ibope do ‘Balanço Geral da Tarde’ subir a ladeira, registra média de 7 pontos e pico de 11. Apesar de praticamente recém-chegado à emissora na Cidade Maravilhosa — são apenas 10 meses desde que pisou no ‘Cidade Alerta Rio’ —, Forcolen assumiu o programa com a obrigação de mantê-lo a mesma curva ascendente na audiência.

No ‘Cidade Alerta’, o jornalista atingiu oito pontos no Ibope — considerada a melhor pontuação da Record para o horário. No ‘Balanço Geral’, de segunda a sexta, ao meio-dia, Forcolen ganha musculatura para dirigir o programa carro-chefe da emissora.

O apresentador atira seu sapato contra um enorme alvo na parede para reclamar dos erros das autoridadesCarlo Wrede / Agência O Dia

A fórmula do apresentador para enfrentar o desafio é importar do ‘Cidade Alerta’ a receita de exibir reportagens policiais, com pinceladas nos problemas da cidade, mas sem perder o bom humor. É a máxima de ser extremamente fiel ao conteúdo, mas sem deixar o cenário trash dominar a notícia. Por isso, levou seus principais parceiros: o coronel Paulo César Amêndola e o advogado Patrick Berriel.

“É uma nova maneira de fazer programa. Não é falar o que quer, mas é falar o correto, é informar. Por isso a necessidade de apurar bem e ter bons colaboradores”, atesta o jornalista. O sucesso de Forcolen pode ser medido pela expressão “sapatada”, literalmente usada pelo apresentador nos programas, que lança seu sapato contra um enorme alvo para esbravejar contra os erros das autoridades.

O ato marcou os protestos na cidade e ganhou as ruas pelas mãos dos estudantes, durante as manifestações contra a composição da CPI dos Ônibus, na Câmara Municipal. À época, o retrato dos vereadores com um nariz de palhaço na forma de alvo foi afixado na escadaria da Câmara e a brincadeira dos estudantes era atirar os sapatos e acertar em cheio os políticos.

Fã do jornalismo popular e da cobertura policial, Forcolen lembra do dia (em junho) em que parou a manifestação às margens de uma comunidade, na Ilha do Governador. Era começo de noite e as imagens do helicóptero da Record mostravam um enorme engarrafamento, provocado pelo protesto. Então, ele teve a ideia: pela televisão, perguntou se as pessoas assistiam ao programa. A resposta veio com acenos para a câmera. A partir daí, negociou a liberação das pistas em troca da presença de uma equipe de jornalismo no local para mostrar as mazelas no bairro.

“Torço pelo certo. A população precisa da gente. Queremos a audiência, mas antes de tudo vem o povo. É preciso ajudar o pessoal mais carente. O gestor público só reage com a chegada da imprensa, por isso somos importante”, atesta o jornalista.

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