Por raphael.perucci
Suzana%2C sete quilos acima do peso e de cara lavada para Ana Terra%2C de ‘O Tempo e o Vento’Divulgação

Rio - Geralmente escalada para personagens com perfil sexy, Suzana Pires saiu da zona de conforto e deixou de lado a vaidade. De cara lavada, ela viveu três mulheres nada sedutoras, porém não menos interessantes, no cinema. No filme ‘O Tempo e o Vento’, que virou minissérie e estreia na Globo, dia 1º de janeiro, com três capítulos, Suzana é Ana Terra na segunda fase da história de Jayme Monjardim, inspirada na obra de Erico Verissimo.

Durante dois meses, ela engordou sete quilos, não fez unhas nem sobrancelhas, ficava cerca de duas horas na maquiagem para envelhecer e ainda usava enchimento embaixo do figurino de época. “Não me incomodou. Eu me entrego mesmo, mas, realmente, não sabia como iria reagir, nunca tinha feito um trabalho assim. Gostei do resultado, porque foi bem intenso”, conta.

E Suzana responsabiliza o diretor por essa desconstrução. “Quando o Jayme me convidou, ele me explicou que era algo fora do meu registro habitual e isso foi maravilhoso, porque eu mostrei que posso ir além. Topei na hora”, lembra. A atriz também fez laboratório com parteiras e aprendeu a andar a cavalo.

Voltar ao manequim 38 foi mais fácil. “Não sou magrinha, não tive que voltar ao corpo de uma brisa. Tenho cintura, busto, coxa, bunda... Adoro meu corpo violão, mas ele está a serviço do meu trabalho.” O fato de o longa ir para a TV é uma boa soma, acredita Suzana. “Quem ainda não assistiu terá a oportunidade de ver com a mesma qualidade. Um mercado alimenta o outro.”

Suzana já de volta ao manequim 38%2C num modelito sexyDivulgação

Em ‘Aprendiz de Samurai’, de Stefano Capuzzi, ela faz a mãe do personagem de Caio Castro. “Era uma relação conturbada. Ela foi abandonada pelo marido, descontava no filho e ele brigava na escola. Para as cenas, eu não passei nem base no rosto. Para mim, é muito bom ser vista além da sensualidade. Meu compromisso não é com isso.”

Previsto para ser lançado ano que vem, o terceiro longa, ‘Casa Grande’, de Fellipe Gamarano, também extraiu um lado inédito de Suzana.

Na produção, ela é uma professora de francês que passa a vender cosméticos depois de uma crise financeira. “Eu queria esses desconcertos artísticos, personagens difíceis.”

Parte da equipe de roteiristas de Walther Negrão, ela já deu o ‘start’ para a minissérie sobre a cafetina Eny Cezarino, que o autor está escrevendo para 2015.

E planeja dar mais destaque a essa porção autora no próximo ano. “Vou me aprofundar”, avisa.

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