Atriz será uma ex-prostituta que se envolve em relação passional e perigosa em minissérie
Por tabata.uchoa
Rio - Ele já nasceu em uma família rica, mas Marcelo Borelli queria mais. Roubou 60 quilos de ouro do aeroporto de Brasília, sequestrou um avião com 61 passageiros e R$ 5 milhões a bordo, além de chocar o país ao torturar uma criança de 3 anos por pura vingança. Mas o que essa figura real dos boletins policiais tem a ver com Andreia Horta? Foi justamente esse criminoso que inspirou Baroni, personagem que será amante dela, intérprete da ex-prostituta Celeste, em ‘A Teia’ — série policial de dez capítulos que estreia na próxima terça-feira na Globo. “A suposta segurança vinda de quem tem poder pode ser muito sedutora”, comenta ela sobre o fascínio que um amor bandido muitas vezes causa.
O papel de Andreia é intenso. Não poderia ser diferente, pois é ele que sela os dez anos de carreira da atriz. Ao receber o roteiro da trama, a mineira nem imaginava como aquela história iria mexer com o seu lado emocional. “Logo quando acabei de ler, não conseguia dormir de luz apagada. Porque tudo é muito violento. É um outro valor que se dá à vida nesse universo e aquilo me pesou”, conta ela, que dá um suspiro e completa: “Sabia que teria que invocar uma energia muito pesada para fazer esse papel.”
E assim foi. Para mergulhar nesse mundo, as transformações começaram de fora para dentro. A atriz ficou loura pela primeira vez em seus 30 anos de vida, colocou aplique, se enfiou dentro de roupas superapertadas e subiu em saltos altos para se fundir à personagem que a própria Andreia classifica como ‘nem mocinha nem vilã’. Pronto: nascia a mulher que trocou o marido, um bandido pé de chinelo, para ser amante de Marco Aurélio Baroni, o chefão de uma quadrilha, interpretado por Paulinho Vilhena. Essa relação faz com que ela seja cúmplice do assalto ao aeroporto e que embarque em uma fuga eletrizante junto aos responsáveis pelo roubo. Enquanto isso, o delegado Jorge Macedo, vivido por João Miguel, e a Polícia Federal seguem todos os vestígios deixados por eles.
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Figurino composto, era hora de partir para a ação, e, no segundo dia de filmagem, o medo que a atriz tem de altura já foi posto à prova. “Tínhamos que pegar um avião monomotor. Ele foi muito bem na ida, mas na volta, com um calor de 79 graus, na Chapada dos Guimarães, depois de gravar debaixo de sol o dia todo, sem almoçar, a minha pressão baixou muito. O que acabou sendo importante para eu entender o quanto a Celeste vive no limite”, lembra ela, que conta já ter saltado de asa-delta há muitos anos e, hoje, se pergunta como pôde fazer aquilo.
“Celeste era uma moça pobre. Quando vira a companheira do Baroni, na cabeça dela, começa a se vestir melhor”, comenta, adiantando que o figurino é formado por calças jeans bem justas, blusas e bolsas com estampa de onça, ankle boots de salto e anéis enormes de coração. “Não ousaria dizer que ela é periguete, porque isso está muito ligado à atitude. Apesar do visual, é uma mulher de atitudes discretas”, classifica.
Se o visual, tão diferente do adotado pela despojada e tímida Andreia — que há anos usa o cabelo curto —, ajudava na hora em que ela precisava entrar na personagem, também contribuía na hora de sair dela. “O aplique do cabelo era preso por tic-tac. Quando o tirava, era como voltar a ser eu mesma”, define a atriz, que se surpreendeu ao se ver loura no espelho. “Quando eu estava montada de Celeste, reparava um outro tipo de abordagem. Achava isso muito engraçado: não é que muda o olhar da pessoas mesmo?”
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Mas que os marmanjos de plantão não se empolguem: “Não sou casada, mas também não estou solteira”, resume Andreia, se esquivando de dizer algo a mais sobre sua vida pessoal. Há rumores de que ela engatou um namoro com o diretor geral de ‘A Teia’, Rogério Gomes, conhecido como Papinha, com quem já foi vista em clima de romance. O relacionamento teria começado durante os seis meses que eles passaram juntos para gravar a série, no ano passado, em viagens entre Brasília, Chapada dos Guimarães (MT) e Rio. Porém, a parceria profissional vem desde 2012, quando trabalharam juntos na novela ‘Amor Eterno Amor’.
Boatos à parte, o que importa é que a atriz está de bem com a vida. Além de ‘A Teia’, ela está em cartaz no cinema com a comédia ‘Muita Calma Nessa Hora 2”, dirigida por Felipe Joffily. No filme, reencarna Tita, que, à beira dos 30 anos, volta de Londres para o Brasil, onde pretende trabalhar como fotógrafa. Na trama, reencontra velhas amigas, interpretadas por Débora Lamm, Gianne Albertoni e Fernanda Souza. “Acabei de gravar ‘A Teia’ em uma madrugada e comecei a filmar o ‘Muita Calma... 2’ na manhã seguinte. Não tive nem 24 horas de descanso de um para o outro”, revela, sem perder o sorriso.
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“Assim como a Tita, já passei uma temporada em Londres, no ano passado. Me identifico com a urgência que ela tem de viver o agora. Sou assim também”, admite. Já quando a comparação é com Celeste, ela é taxativa: “Para mim, seria difícil encarar um relacionamento que me machucasse. Particularmente, esse é meu limite. Não vale tudo por amor.”