Por daniela.lima
Vanessa Gerbelli volta à Globo pelas mãos de Maneco como JulianaMaíra Coelho / Agência O Dia

Rio - Depois de dez anos sem participar de novelas na TV Globo, Vanessa Gerbelli está de volta à casa que a lançou. Ela começa a aparecer na terceira fase de ‘Em Família’, escrita por Manoel Carlos, para viver Juliana, tia de Helena (Júlia Lemmertz), uma mulher obcecada pela ideia de ser mãe. Aliás, foi pelas mãos de Maneco o papel de maior destaque de Gerbelli na Globo e também o que a alçou de vez para o sucesso. Em 2003, ela interpretou Fernanda, que foi mãe da pequena Salete (vivida pela então estreante Bruna Marquezine) e morreu baleada durante uma troca de tiros entre policiais e traficantes. Foi um dos capítulos de maior audiência da novela, marcando impressionantes 62 pontos de pico no Ibope.

“É uma honra trabalhar novamente com Manoel Carlos. E reencontrar a Bruna (Marquezine) é um prazer, porque estou confirmando o que já intuía na época em que trabalhamos juntas, que ela é uma grande atriz. Está comprovando isso. Está linda”, afirma Vanessa, que conversou com O DIA logo após gravar cenas carregadas de drama de sua personagem no Projac, complexo de estúdios da Globo. “É um exercício essa coisa de ligar e desligar a emoção. O ator é o atleta do coração. Atingir a emoção e depois sair dela é um exercício difícil”, relata Vanessa, que, para viver Juliana, terá mesmo que trabalhar os sentimentos.

A personagem é casada com Fernando (Leonardo Medeiros). Juliana sofreu três abortos, não consegue mais engravidar e vive atormentada pela ideia de não poder ter filhos. Ela vai querer adotar a filha da empregada, vivida por Carol Macedo, a qualquer preço — o que vai custar, inclusive, o próprio casamento. “Juliana é capaz de tudo. O que está tomando conta dela é a frustração de não poder ter seu próprio filho. Todo amor que ela queria canalizar para o seu bebê está canalizando para a filha da empregada”, adianta a atriz, que estudou para a novela lendo sobre histeria e doenças psiquiátricas, além de fazer uma preparação com a psicóloga Kátia Achcar.

Se os temas filho e adoção são um problema para Juliana, o assunto é encarado com naturalidade por Gerbelli. “Eu lidaria tranquilamente com a questão da adoção. Nem descarto a possibilidade de adotar também. Eu sou mãe e sei que este é o maior amor do mundo. Ela (a personagem) tem atitudes muito destemperadas, extremos de emoções. É muito sensível e capaz de rompantes”, avalia a atriz, que é mãe do pequeno Tito, de 6 anos. “Sou uma mãe apaixonada. Uma coisa que faço muito com o Tito é escutar o que ele tem a dizer. Não quero impor a ele algo que seja da minha natureza. Quero que ele possa ter liberdade e cresça um indivíduo seguro e feliz”, garante.

Mas Vanessa jamais iria tão longe como sua personagem para adotar uma criança. “Iria até o limite do saudável, sem desrespeitar ninguém, nem a mim mesma. Juliana quer adotar uma criança que já tem pai e mãe, mas a mãe está doente. Ela se apega obsessivamente à criança. A principal questão da Juliana é o desequilíbrio. A adoção é questão periférica. Sua relação familiar está ruindo, o marido termina com ela... Juliana vai se embrenhar em um redemoinho difícil de sair”, revela a atriz, garantindo que, apesar da carga dramática, ela tem sorte com as histórias de Maneco. “Eu admiro os trabalhos dele e fico feliz mesmo de poder participar.”

O último papel de Vanessa Gerbelli na TV Globo foi em ‘Cabocla’, em 2004. Antes, a atriz fez ‘O Cravo e a Rosa’ (2000), ‘Desejos de Mulher’ (2002), ‘Kubanacan’ (2003) e ‘Da Cor do Pecado’ (2004). Em 2005, estreou na Record com ‘Prova de Amor’. Na sequência, também na emissora de Edir Macedo, participou de ‘Amor e Intrigas’ (2007) e ‘Vidas em Jogo’ (2011), seu último trabalho na TV aberta.

Aos 40 anos, Vanessa Gerbelli volta à cena mais bela do que nunca. Ela dá a receita de sua boa forma atual. “A gente tem que se cuidar. Eu tenho uma dermatologista que é muito boa. O assunto é todo com ela. Ela fala e eu obedeço. Pele é algo muito importante. No mais, faço ioga, treino funcional e tenho uma alimentação saudável. Não gosto de correr. Tenho pressão baixa”, descreve.

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