Rio - Depois de explorar Nova York, Londres, Berlim, Barcelona, Roma, Milão, Istambul, Paris e Los Angeles, Didi Wagner coloca o pezinho na Ásia pela primeira vez e leva seu "Lugar Incomum" para Tóquio, no Japão. De cara, o maior perrengue que a apresentadora do Multishow enfrentou foi o fuso horário. Para chegar do outro lado do mundo, foram horas incontáveis de vôo e mais algumas de insônia.
"Confesso que levei um remedinho básico para me fazer dormir e acostumar com o fuso. Nos dois primeiros dias, eu acordava às 3h da manhã pilhada! Até sugeri uma matéria sobre isso, sobre o que fazer com insônia em Tóquio, mas acabou não rolando. A produtora me mandou tomar meu remedinho e ir dormir (risos)", disse Didi, que recebeu a imprensa na sede da Globosat, em São Paulo, nesta quinta-feira.
Outro ponto que dificultou os 16 dias de gravação em Tóquio, claro, foi a própria língua. Aliás, nesta temporada, o programa conta com uma tradutora-intérprete. "Eles não falam inglês. E quando falam, é com um sotaque tão estranho que não dá para entender nada. Ter uma tradutora foi bom também para diferenciar das outras temporadas, que a gente fazia na marra ou pedia ajuda para a nossa produção local", contou. Logo no primeiro capítulo, exibido para os jornalistas, Didi mostra o inusitado encontro que teve com Paulo Gustavo na cidade. "Ele estava lá por acaso, me mandou um email e a gente combinou de se encontrar", lembrou ela.
Paulo, atual menino dos olhos do canal, rendeu ótimos momentos para o programa. Ele foi com Didi comprar bugigangas em uma loja e também provou o famoso lamen japonês. No mesmo programa, a ex-VJ da MTV conhece o Robot Restaurant, um local mais de performance do que comida. "Cara, é uma loucura. Primeiro vem umas dançarinas, depois uma galera toca um tambor meio olodum, depois entra um panda, daí uns cara meio que vestidos de Jaspion... E é o lugar que está super bombando agora lá, sabe? Traduz muito bem a cultura diversificada do Japão", afirmou Didi.
E quem é que não queria ter uma vida de "Lugar Incomum"? Didi bate na tecla que se acha sim uma privilegiada por juntar a paixão de viajar com TV, mas nem tudo são flores. “Eu e minha diretora brincamos que a gente vai para a guerra quando chegamos em uma nova cidade. É um espaço muito curto de tempo para produzir cerca de 40 pautas por programa. Nós trabalhamos, sem brincadeira, 12 horas por dia. O Multishow até poderia me deixar mais tempo nos locais, mas eu tento não ficar tanto tempo fora de casa”, contou Didi, que é mãe deLaura, Julia e Luiza.
“Eu tenho essa dualidade. Claro que crio uma estrutura toda vez que fico fora, e fico tranquila assim sabendo que a rotina delas está mantida. Mas não quero me ausentar muito tempo. Então, o tempo é contado e meio que nada pode dar errado (risos). É bem intenso, é uma demanda física e psicológica, mas eu estou muito satisfeita com o resultado. Tóquio é um presente que o Multishow me deu. Eu sai de lá absolutamente apaixonada com a cidade”, afirmou uma aliviada Didi, depois da temporada não tão prazerosa em Los Angeles.
Ela mesma explica a impressão que teve da Califórnia. “Quando eu cheguei no Japão, fiquei muito feliz mesmo com a receptividade das pessoas. Em Los Angeles, quando as pessoas percebem a câmera, já tratam de esconder o rosto, desconfiam de tudo. Eu, sinceramente, não gostei de Los Angeles. A temporada foi ótima, fizemos boas pautas, mas acho que o programa perdeu um pouco o lance do andar. Para tudo lá é preciso pegar o carro”, pontuou Didi. “Achei uma cidade bem chata, na real”, completou.
Experiências e micos em japonês
O programa, em todas as cidades que passa, conta com uma produção local. No Japão, claro, não foi diferente, e a mesma serviu para evitar micos da Didi. “A equipe era brasileira, mas já morava há alguns anos no Japão. Acho que eles estavam com tanto medo de nós, brasileiros moradores daqui, que nos alertaram de tudo (risos). Por exemplo, a questão do horário. Marcou 10h? Você chega 9h58, para 10h estar pisando dentro do local da pauta. Atraso é a ofensa máxima para os japoneses”, afirmou a apresentadora.
O papo seguiu por mais de uma hora, num clima bem descontraído. Didi relatou situações que viveu do outro lado do mundo e ainda revelou onde gostaria de passar com o programa na próxima temporada, que tem previsão de gravação para agosto: “Eu queria muito ir para Portugal, que foi um país que eu nunca fui. E a gente já fez as principais cidades da Europa e faltou Portugal. Vamos fechar certinho ainda, é uma ideia”. “Lugar Incomum” em Tóquio estreia nesta sexta-feira, às 21h30.
Para fechar, algumas curiosidades:
* Didi é louca por arte, e a única coleção que faz dos vários lugares que visita é dos catálogos das exposições.
* A primeira coisa que faz quando chega em um novo lugar é sair a pé para se perder. “Claro, com o celular e GPS na mão (risos), mas gosto de desbravar, de me aventurar nas cidades”.
* A passagem por Tóquio foi tão corrida que o presentinho das três filhas foi comprado no freeshop. “Só para vocês terem uma ideia”
* Fred Wagner, seu marido, passou seis dias com Didi em Tóquio. Lá, eles foram em um restaurante e encararam algumas coisinhas estranhas: “Tinha um peixinho lá que eu cutuquei e ele continuava vivo (risos). Encarei, e era bom, viu?”
* Tóquio terá oito episódios. A temporada que será gravada em agosto tem previsão de exibição em novembro.