Por clarissa.sardenberg

Rio - Literatura, teatro, cinema, TV, games e e-books. Prestes a completar 34 anos, ele é um artista quase completo, mas ainda com a mesma cara de Menino Maluquinho. Com adaptações em vários formatos, só faltava ao personagem mais famoso de Ziraldo virar animação. Não falta mais. Em breve, seus desenhos ganharão movimento em uma série televisiva de 26 episódios.

Em processo de pré-produção, o programa ainda não tem emissora nem data de estreia definidas. Mas uma coisa é garantida: no rosto redondo, nas bochechas rosadas e na panela na cabeça do Menino Maluquinho, ninguém mexe. “A única exigência do Ziraldo foi que mantivéssemos o traço idêntico ao dele e a história com toda a riqueza que sua narrativa traz”, conta Ana Paula Catarino, sócia da Oca Filmes, produtora responsável pelo projeto.

Guilherme Alvernaz e Ana Paula Catarino%2C da Oca Filmes%2C com ZiraldoDivulgação

O traço pode até permanecer o mesmo, mas alguns elementos serão acrescentados à trama, que dará um salto da década de 80 para os dias de hoje. “Vamos mostrar histórias inéditas, mas com temas universais. Quando o livro foi escrito, não tínhamos internet, as crianças brincavam mais na rua. Vamos ter que resolver também como isso entra na trama sem mudar o contexto original”, comenta Ana Paula, que completa: “Precisamos pensar no nosso público-alvo e é o que já está assistindo aos canais infantis. Eles têm os valores antigos, mas também têm um tablet nas mãos.”

A responsabilidade é grande. Ana Paula sabe que, além de apresentar o personagem a uma nova geração, não pode decepcionar as gerações que cresceram entre suas histórias nas últimas três décadas. “Tem gente que me manda e-mail pedindo para trabalhar comigo só porque ama o Menino Maluquinho. Então, eu percebo como ele é querido e importante”, explica a sócia da Oca Filmes.
Tão importante que o próprio Ziraldo o considera mais que um personagem. O cartunista o define como “um estado de espírito”. E, segundo Ana Paula, é justamente por isso que continua tão querido e atual.

“O meu filho, que tem 20 anos, leu ‘O Menino Maluquinho’. Mas os meus sobrinhos, de 10, não. Estava curiosa para saber o que atraía tanto as crianças na obra”, lembra ela, que juntou a garotada da família e foi assistir à adaptação feita para o teatro, no início do ano, em São Paulo. “A peça tentou seguir bastante o livro. Acho que criança do mundo todo, de todas as idades, passa pelos mesmos sentimentos, mas com diferentes elementos ao redor. São valores universais que têm o que dizer para todas as gerações”, conclui.

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