Por tabata.uchoa
Guilherme Winter terá 120 anos na continuação de 'Os Dez Mandamentos'Chico Cerchiaro

Rio - A Record quer com a continuação da novela bíblica ‘Os Dez Mandamentos’, que estreia amanhã, atingir números e público tão relevantes quanto os da primeira versão. A surpreendente trama consagrou o ator Guilherme Winter, o Moisés que abriu o Mar Vermelho no episódio que marcou 32 pontos de audiência no Rio e 28 em São Paulo, ficando durante vários dias em primeiro lugar no horário. A primeira fase acabou de estrear semana passada na Argentina, onde os primeiros capítulos bateram recorde de audiência.

A novela que ganhou uma continuação de mais 60 capítulos terá uma longa passagem de tempo: desta vez serão 40 anos. O profeta Moisés, que finalizou a primeira temporada com 80 anos, passará a ser mostrado com 120 anos (Guilherme fica mais de uma hora se caracterizando), motivo pelo qual o ator vai surgir irreconhecível no ar.

“A telenovela nunca tinha feito nada parecido antes no Brasil. A história é um sucesso porque alcança o inconsciente coletivo e torna as famílias menos órfãs de esperança, além de gostarem de se reunir para ver a trama”, acredita o diretor Alexandre Avancini.

Já Winter aposta na fidelidade do público. “Eu acho que o mesmo público da primeira fase vai nos acompanhar. Há vida fora da Globo. As pessoas querem chegar em casa e ver um folhetim, com conteúdo para relaxarem”, diz o ator. O cara que esteve no topo da onda ao abrir o Mar Vermelho terá outro desafio pela frente. “Agora vamos abrir a Terra”, adianta, achando engraçado quando o público o chama de Moisés nas ruas.

Nesta segunda fase, ‘Os Dez Mandamentos’ mostra a união dos hebreus para conquistarem um objetivo comum: chegar a Canaã, passando por obstáculos que serão apresentados ao público. “Se antes o Egito era o maior inimigo, o inimigo real, agora o maior inimigo são eles mesmos. Essa nova temporada fala sobre liberdade. Vamos abordar os dramas familiares e tempos revoltos, mas mantendo a mesma linguagem para que a identificação do público permaneça fiel assim como na outra”, diz a autora Vívian de Oliveira, que está isolada escrevendo, dedicando-se inteiramente à novela.

O final da primeira temporada aconteceu com Moisés voltando do Monte Sinai com as tábuas dos Dez Mandamentos e descobrindo que seu povo estava adorando um bezerro de ouro. A sequência em questão terá o seu desfecho, cujo ápice é a morte de Apuki, Judite e Jairo, mostrado no filme de longa-metragem da novela bíblica que estreou em janeiro.
Nas primeiras semanas da nova temporada, os personagens antigos serão mostrados com a mesma idade do episódio do bezerro de ouro. A mudança de tempo será gradual. Cerca de dez atores foram contratados para interpretar novos personagens, que vão agitar a história. Eles vão encarnar hebreus que teoricamente já estão no grupo, mas que até então ainda não apareceram para o público.

Outra novidade é que muitos dos personagens antigos vão morrer castigados por Deus pelo fato de não acreditarem na promessa da Terra Prometida.

Quando o povo de Moisés estiver acampado no Rio Jordão, já nas proximidades de Israel, isso significará que os 40 anos terão se passado. Para se tornar crível o fato de Moisés ter 120 anos, o ator Guilherme Winter, de 36, vai gravar as cenas com cabelos e barba grisalhos. O mesmo vai acontecer com muitos de seus colegas de elenco. O folhetim chega ao fim com a morte de Moisés ao avistar Canaã, e a continuidade da trama será mostrada na novela bíblica ‘A Terra Prometida’, que estreia em junho.

O diretor Alexandre Avancini está animado com o projeto e adianta o novo clímax da produção. “Abrimos o Mar Vermelho e agora iremos abrir a Terra para os telespectadores. Vamos usar muitos efeitos e será uma cena espetacular”, admite, referindo-se à rebelião de Corá, personagem vivido pelo ator Vitor Hugo. É a aposta de Avancini para alcançar índices de audiência (em torno de 28) semelhantes aos da abertura do Mar Vermelho.

“Eu tenho certeza de que o público vai ficar demasiadamente envolvido com todas as histórias e os dramas de cada personagem. A parceria com a produtora Casablanca vai resultar também em muitos efeitos bacanas e tecnologia de ponta. E devemos gravar no exterior ainda”.

Já a autora Vívian de Oliveira não abre mão da linguagem coloquial: “É uma linguagem mais próxima do público. Os dramas, conflitos e romance são uma linguagem universal.”

Novos reinos também serão apresentados ao público, segundo Vívian. “O reino de Moabe e o reino de Amorreus. Teremos reis cruéis e desumanos. Os hebreus sonharam tanto com a liberdade que agora não sabem o que fazer com ela. É um conflito interessante. Agora, eles têm a missão de construir uma nação e precisarão das leis para ter uma ordem e um direcionamento”. 

Reportagem: Eduardo Minc

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