Kaio Cézar pediu demissão ao vivo do 'Globo Esporte' do CearáReprodução
Por O Dia
Publicado 18/02/2019 08:38 | Atualizado 18/02/2019 09:41

Rio - O jornalista Kaio Cézar contou porque pediu demissão do "Globo Esporte" do Ceará ao vivo durante o programa de sexta-feira. Ele explicou que estava no Sistema Verdes Mares, afiliado da TV Globo, há 11 anos e afirmou que o diretor Paulo César Norões é o principal responsável por sua atitude. 

"Arrogante, ele nunca soube lidar com quem pensa diferente, principalmente os que julga inferiores. E eu, por ter raízes, convicções - políticas e esportivas - e personalidade extremamente opostas nunca fui respeitosamente aceito por ele. Lembro-me que um dia, no meio de uma reunião do esporte, quando era nosso editor-chefe, mandou-me 'tomar...' por ter discordado dele. Curioso é que pouco antes, quando eu ainda estava na TV Diário, outra emissora do SVM, ele havia tentado me barrar da cobertura da Copa das Confederações sob a alegação de que eu era 'tímido demais', nas palavras do diretor Roberto Moreira, diretor da TV Diário".

Kaio Cézar também acusa Norões de tê-lo boicotado durante transmissões de telejornais e diz que o diretor ofendeu sua família. 

"Em meio a tantos fatos que configuram perseguição, certa vez PC Norões se dirigiu a mim e proferiu ofensas à minha família que não as repito aqui porque tenho dois filhos, entre eles uma enteada, e poderia expor pessoas que não tem nada a ver com a história. Só adianto uma coisa, não tem nada a ver com traição da minha mulher, como inventaram de ontem para hoje. E foi assim que pouco a pouco me escantearam, sem qualquer pudor ou respeito por mim, um profissional que se dedica há tanto tempo à mesma empresa, e que foi avaliado como sendo de 'bom caráter' ao ser promovido de uma emissora a outra dentro do SVM", disse. 

Ele também afirmou que seu salário foi reduzido e que teve problemas emocionais durante a Copa da Rússia. "Fora dos jogos do PFC, passei a não receber mais cachês - que, por sinal, já avisaram que não serão mais pagos aos profissionais que trabalharem neste ano; fora da rádio, meu salário foi reduzido em quase 3 mil reais, sem falar no corte das horas extras. Quanto ao desgaste emocional, as pressões me deixaram no chão. Na Rússia, encarei uma crise emocional tão dura que, por Deus e pelas pessoas que amo, reconsiderei fazer o pior".

O jornalista também se disse frustrado por não ter sido escalado para o noticiário local quando surgiu uma vaga e por não ter sido escalado para narrar os jogos do Brasil na Copa da Rússia. "Para me ater apenas ao que se refere à narração esportiva, inicialmente me tiraram dos jogos do Premiere Futebol Clube, onde narrei, se não me falha a memória, quatro jogos em três anos e depois de muita briga, mesmo sendo o titular da afiliada da Globo no Ceará. Depois, me tiraram da rádio, alegando, pasmem, que minha saída era para que eu pudesse me dedicar aos jogos do PFC, sendo que depois voltei pro rádio para tapar buracos e sem o salário que eu lá recebia. Por último, fui perdendo espaço também nas transmissões da TV Verdes Mares. O motivo? Tive que folgar obrigatoriamente dois domingos no mês. Apesar de absurdo do ponto de vista da rotina jornalística - muito mais do esporte, que trabalha essencialmente às quartas e domingos - tudo bem. Se é uma norma da empresa em acordo com o Ministério do Trabalho, o jeito é acatar. Mas, por que há contratos diferentes que não exigem isso? Mais uma vez fiquei sem resposta". 

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