Babu participa do 'Encontro' - Reprodução
Babu participa do 'Encontro'Reprodução
Por O Dia
Rio - Babu participou do "Encontro com Fátima Bernardes" na manhã desta segunda-feira. No bate-papo, o ator falou de sua participação no "BBB 20". O encontro também contou com a participação de Projota através de live.
"Que vontade de te dar um abraço", disse Fátima, que apenas encostou o cotovelo no ator. "Um prazer, apesar da distância, poder falar com você, irmão. Você representa muita coisa, muita positividade", disse Projota.
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Na conversa, Babu contou que quando recebeu o convite do "BBB 20", pensou que iria entrar lá para atuar. "Eu pensei que eu ia atuar no programa e depois me disseram que eu ia participar. Eu fiquei: 'rapaz...'. Quando chamaram, eu falei 'eu vou'. Passei 20 anos trabalhando, vou tirar umas férias programadas, eu pensei 'vou encarar como férias'. Mas depois eu vi que tinha uma galera muito jovem. A primeira prova me deixou muito apavorado. Eu tive um choque cultural, uma briga de gerações, uma forma diferente de enxergar a vida. Me vi às vezes em uma situação muito caótica.", disse Babu sobre sua participação.
"Tinha muitas pessoas fazendo VT, exibindo corpão. Pessoas mais jovens muito bem sucedidas no que faziam. Eu falei: 'vocês vão me ensinar, então, porque eu cheguei aqui cheio de dívidas...", brincou. "Eu tinha muito medo de ser um cara quadrado para a maioria das pessoas. A galera era muito jovem", analisou. 
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Projota defendeu a participação de Babu no reality. "Enquanto o Babu falava eu estava pensando sobre essa questão dos corpões. A beleza negra não é valorizada no Brasil, no mundo todo. A gente sempre tem que ter algo a mais, um discurso mais contundente, ser mais divertido. E você foi", disse Projota para o ator. "A gente precisa de um Babu Santana, de uma Thelminha no Big Brother. A gente precisa de quem represente a periferia também, independente da cor da pele", completou o cantor.
Babu também falou sobre o fato de usar o pente como um instrumento de representatividade. "Antigamente você tinha que deixar o cabelo baixinho porque senão o meu cabelo alto representava sujeira. E eu falei 'não, é só o meu cabelo'. Com o tempo eu fui entender a história do cabelo negro, perceber a beleza do cabelo afro. Hoje em dia você vê os cachos por aí. Na casa só tinha dois cabelos crespos. Eu vi que tinham pessoas que não eram maldosas, mas reproduziam maldades. A gente tem que começar a rever essas coisas. Não é ser chato... É uma informação. A cor da minha pele é preta, o meu cabelo é crespo. O garfo é a libertação do black. Eu não queria fazer uma campanha, eu queria só jogar uma sementinha naquelas 18 pessoas".
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Sobre ter Thelma, uma mulher preta, na final, Babu disse que sempre apoiou a representatividade. "Eu acho que a humanidade caminha a passos lentos mas caminha pra frente. Meu plano deu certo. Thelminha chegou".
Babu também comentou sua amizade com Felipe Prior. "Quando ele e o Lucas Galina me deram espaço para expressar minha indignação, eu fiquei aberto para compreender eles. Eu entendo as queixas das pessoas sobre eles, mas também os entendo. A sociedade é patriarcal, machista. Até a gente entender essas nuances... Ele e o Lucas me aceitaram do jeito que eu sou. Nesse momento que a gente se une, ele (Prior) queimou minha língua porque eu disse que não dava pra fazer amizade no BBB. O confinamento deixa tudo muito intenso. O abraço que a gente deu no final do monstro, eu entendi que eu fiz um amigo". 
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O ator também falou sobre as acusações de vitimismo. "As críticas que acho que não tem fundamento, não dou nem importância. Ano passado, o nosso meio passou por um massacre, foi terrível. [...] Eu trabalhei janeiro e setembro. Tenho três filhos, saí da favela para tentar ter uma vida mais digna e tudo mais. Eu peguei um buraco, um abismo, no cinema nacional. Teatro estava muito difícil. Foi muito brabo. O final do meu ano foi uma coisa que pensei em desistir da carreira", disse. 
"Quando entrei no 'Big Brother', eu estava muito depressivo, porque a crise me pegou de um jeito que não tinha visto há muito tempo. Entrei muito com isso na cabeça. Não estou nem aí se alguém quer achar que é vitimismo. Era um fato que estava acontecendo na minha vida", afirmou.