Ilustração da capa de 'A Casa Holandesa' - Divulgação
Ilustração da capa de 'A Casa Holandesa'Divulgação
Por TÁBATA UCHÔA
O que você faria se fosse expulso de casa por uma pessoa que entrou de repente em sua vida? Em seu novo livro, "A Casa Holandesa", que saiu no Brasil pela Intrínseca, Ann Patchett aborda os diferentes caminhos que a vida pode tomar e fala sobre laços familiares, mágoa, rancor, perdão e amor.
A obra se passa logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando Cyrill Conroy dá um golpe de sorte ao fazer um investimento certeiro e fica rico. Ele leva, então, a família para morar na Casa Holandesa, um imóvel imponente e deslumbrante no subúrbio da Filadélfia. 
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Depois que sua mulher, Elna, o abandona, Cyrill se casa com uma mulher mais jovem, Andrea, cujo único interesse na união é a Casa Holandesa. Com a morte de Cyrill, Andrea expulsa os filhos dele, Danny e Maeve, e fica com o local apenas para ela e as filhas, Norma e Bright. 
A partir daí o leitor acompanha como Danny e Maeve vão se virar em sua nova vida. Os irmãos acabam desenvolvendo uma relação de dependência, que talvez já existisse desde que a mãe os abandonou, e todos os acontecimentos de suas vidas sempre acabam girando em torno da perda de seu antigo lar, a Casa Holandesa.
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É impossível não se apegar aos personagens. A trama percorre por cinco décadas nas vidas de Danny e Maeve, mostrando como vida deles poderia ter sido e tudo o que eles tiveram que abdicar por conta dos rumos que a vida tomou. Mas no final das contas, tudo é uma questão de perspectiva. Enquanto Maeve guarda uma grande mágoa de Andrea e tenta atrapalhar pelo menos um pouco os planos da ex-madrasta, Danny já tem a sua mágoa voltada para a mãe que os abandonou. Apesar de terem vivido a mesma história e de terem uma ligação muito grande, os irmãos encaram os acontecimentos de forma diferente.
A história é narrada em primeira pessoa, por Danny, e a sensação que fica é que existem três protagonistas: Danny, Maeve e a Casa Holandesa. Sim. O imóvel é tão bem descrito, a ambientação é tão bem feita, que a casa se torna um personagem ao qual o leitor também se apega.
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A Casa Holandesa, de Ann Patchett - Divulgação