A enfermeira Daniele Marins amamentando seu filho aos 11 meses - coluna Aventuras Maternas
 - Mariana Salles
A enfermeira Daniele Marins amamentando seu filho aos 11 meses - coluna Aventuras Maternas Mariana Salles
Por O Dia

Por Aventuras Maternas

Um em cada cinco bebês de nações ricas não é amamentado, enquanto esse índice é de um para cada 25 nascidos em países subdesenvolvidos. O dado vem do recém-publicado relatório do Unicef, que analisou 123 países e não avaliou o Brasil desta vez. Mas há indícios de que a disparidade seja semelhante, já que, na América Latina, as famílias mais pobres têm uma taxa de aleitamento duas vezes maior do que as famílias mais abastadas.

A explicação para isso talvez esteja exatamente no poder aquisitivo de quem pode comprar leite artificial ou não. "Países mais pobres tendem a amamentar mais do que países desenvolvidos, já que, nesses últimos, as chamadas 'fórmulas' por serem de fácil acesso e gratuitas, viram fonte única e exclusiva de alimento", pontua Danielle Marins, enfermeira especializada em neonatologia e amamentação do Instituto de Pediatria e Puericultura da UFRJ. Vale lembrar ainda que, muitas vezes, a inclusão de leites artificiais à alimentação do bebê se deve à necessidade da volta prematura da mãe ao mercado de trabalho antes dos seis meses do filho. "Infelizmente, é a realidade do mundo capitalista e corporativo", complementa.

A especialista chama a atenção para um dado positivo. Nesses países em que as crianças não são precocemente expostas a fórmulas artificiais, o número de casos de IRAS (Infecções do Trato Respiratório) na primeira infância são menores. "A pobreza desses locais os tira do maior vilão para o aleitamento exclusivo, que é a exposição precoce a fórmulas artificiais", comenta.

Além de traçar o panorama mundial do aleitamento, outra meta dessa pesquisa foi garantir que trabalhadores dos Hospitais Amigos das Crianças (ou Amigos do Bebê) estejam realmente capacitados para cumprir os 10 passos para o sucesso do aleitamento materno, instituídos pelo Unicef, lembrando que a amamentação exclusiva é indicada até os 6 meses do bebê.

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