Tomás e London  - Divulgação
Tomás e London Divulgação
Por O Dia

Rio - Bia, mãe de Tomás, percebeu comportamentos diferentes no filho quando, ainda com 6 meses, ficava observando as próprias mãos por horas. Com o tempo, outras atitudes continuaram chamando a atenção, como andar na ponta do pé, deitar no chão de bruços para brincar, ser chamado pelo nome e não atender e a total falta de noção de perigo. "Comecei a ler sobre todas essas características na internet. Tudo apontava para o autismo. Quando entrou na creche, chorava muito, não interagia. Se fechavam a porta da sala, ficava desesperado. Foi então que me orientaram a levá-lo a um especialista".

O número de crianças com autismo tem aumentado consideravelmente no mundo. Segundo um relatório de 2018 do Centro de Controle de Doenças, somente nos Estados Unidos, 1 em cada 59 crianças tem autismo. Mas, por que, afinal, há tantos casos atualmente? "Porque as pessoas têm tido a oportunidade de serem expostas a informações e, portanto, identificado mais. Muitos diagnósticos, no passado, ficavam 'escondidos' por outras condições que se associavam, e hoje passamos a explicitar todos os possíveis diagnósticos numa mesma criança, expondo o TEA entre eles. Outros fatores do ambiente estão contribuindo para elevar a prevalência, como prematuridade, baixo peso ao nascer, idade materna e paterna acima dos 40 e histórico de problemas no parto", explica Clay Brites, pediatra e neurologista infantil do Instituto NeuroSaber.

Para ajudar no diagnóstico, é fundamental que a família fique atenta aos sinais mais comuns, como ausência ou pequeno contato visual, pouca resposta ao chamado do cuidador, preferência por querer permanecer no berço com pouco ou nenhum interesse social, não balbucio até os 6 meses de vida, perda ou regressão da fala ou dos gestos sociais que fazia, atraso na aquisição da linguagem verbal e/ou não verbal, movimentos repetitivos, hiperfoco nas mãos das pessoas e não nos olhos, e irritabilidade e/ou choro frequente.

É importante lembrar, ainda, que algumas características do autismo podem ser amenizadas com o tempo e tratamento. "Mas somente com as intervenções sistematizadas e intensas logo nos primeiros meses/anos. Fazendo isto, a tendência é sempre ver a redução dos atrasos e dos desvios de linguagem/comportamento", esclarece Clay. Além disso, segundo pesquisa da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, conviver com animais ajuda crianças com autismo a melhorarem a capacidade de relacionamento.

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