Marcele Oliver, criadora do projeto Avança Nega   - Inayan Faustino/Divulgação
Marcele Oliver, criadora do projeto Avança Nega Inayan Faustino/Divulgação
Por O Dia

Rio - Quando criou o projeto Avança Nega, há um ano, Marcele Oliver tinha como objetivo gerar uma rede de apoio e acolhimento entre as mulheres negras, em especial as que sofrem ou já sofreram algum tipo de abuso e agressão. Mas, na edição que acontece neste domingo, o evento pede licença e abre espaço para os homens. Com o tema 'Ouvindo os Irmãos', o projeto promove pela primeira vez uma roda de conversa só com homens que vão expor mitos sobre o gênero e sua masculinidade.

"Quando decidi fazer essa edição dando voz aos homens, foi pra quebrar essa guerra de gênero entre o homem e a mulher negra. Muitos amigos me procuravam para pedir uma roda de conversa masculina, eu também sempre quis fazer, porque sei que vai me agregar muito enquanto mulher", avalia Marcele.

Sem medo de críticas, Marcele acredita que é importante abrir espaço para essa discussão. "Hoje, eu me sinto à vontade para me posicionar, minha postura nunca foi feminista, pois acredito que a guerra entre gêneros só fomenta o racismo, fazer com que mulheres ouçam e absorvam as vivências de um homem negro dentro da sociedade pode ajudar a acabar com certos pensamentos errôneos, como, por exemplo, o de que 'Homem preto não presta'".

A diretora criativa do Avança Nega afirma que ficou surpresa com a postura que os homens estão tendo em relação ao tema desta edição. "Os homens me surpreenderam, pois nunca pensei que ia ver tantos buscando desconstrução dentro desse sistema machista, que fere e mata. Estou muito confiante e realizada, pois sempre acreditei nesse afeto preto e tenho fé que esse é o caminho para a nossa cura", finaliza.

 

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