Rio - Estudos clínicos de inúmeras universidades, como a Harvard University, e de médicos de diferentes especialidades são categóricos ao afirmar que o colo desde o nascimento é essencial para a saúde física, psíquica e emocional das crianças. E mais: a necessidade de acolhimento e apoio é fundamental em todas as etapas da vida.
Durante o bate-papo promovido pela Novalgina, na última semana, sobre o poder do colo, a psicanalista Vera Iaconelli explicou que o ato é fundamental para o sujeito começar a reconhecer o seu corpo separado do da mãe, mas que, ao longo da vida, se transforma em abraço, em palavras de carinho e de atenção. "Então, ao contrário do que se imagina, de que o colo mima, ele é necessário. A questão de mimar é quando você passa da necessidade do bebê e oferece mais do que ele precisa para se desenvolver", esclarece.
A atriz Sheron Menezzes, percebe bem essa necessidade na criação do pequeno Benjamin, de um ano."O tempo passa tão rápido, que em breve eu não terei mais isso. Então, eu aproveito cada minuto para dar meu colinho", conta, lembrando que ela também recebe aconchego. "Se eu não estiver bem, estiver chateada, o colo me cura". Thiago Queiroz, do blog Paizinho Vírgula, comenta ainda que é por meio do colo, principalmente, que demonstra para os filhos os modelos de afetividade masculina. "Abraço quando eles se machucam, quando estão tristes. É por meio desse acolhimento que eu mostro para eles que os homens também fazem isso", complementa.
Para a pediatra Florência Fuks, do Hospital das Clínicas de São Paulo, o colo não é apenas um momento de conforto e acolhimento, mas de formação de um indivíduo. Ela explica que, nos primeiros meses, o bebê sequer tem noção dos limites do próprio corpo. Então, vai ser por meio do toque com o outro que ele vai entender como funciona, que corpo ele tem, o que ele é. "Quando o bebê está aflito, angustiado e chorando muito, o colo, além de confortar, dá contorno e forma. E assim também se constrói a relação com seus cuidadores". Mais tarde, depois do período de três meses, vai ter um momento para a criança em que é importante fazer o exercício de não ter só colo, para que tenha um tempo para se resolver sozinho e encontrar outras ferramentas de conforto. Até que, depois, chegará a hora de não dar mais colo, quando a criança já for capaz de se resolver de outra forma.
