No alto, as ativistas Clara (Thainá Duarte), Verônica (Taís Araújo), Natalie (Débora Falabela) e Luiza (Leandra Leal)  - Globo/Fábio Rocha
No alto, as ativistas Clara (Thainá Duarte), Verônica (Taís Araújo), Natalie (Débora Falabela) e Luiza (Leandra Leal) Globo/Fábio Rocha
Por BÁRBARA SARYNE

Rio - A série 'Aruanas', que estreou no início do mês, no Globoplay, é daquelas que prendem e nos deixam impactados. Escrita por Estela Renner e Marcos Nisti, a trama conta com fortes protagonistas e aborda um tema ainda pouco explorado na ficção: o meio ambiente.

Logo de cara, o público pode pensar em um documentário ou uma história fria e arrastada, mas o cuidado dos escritores ao transmitirem um conteúdo quente, cheio de ação, drama e suspense pode motivar qualquer um a lutar pela preservação dos recursos naturais, sobretudo a Amazônia.

Esses fatos encheram os olhos de Camila Pitanga, que interpreta a vilã Olga, e motivaram as estrelas Leandra Leal, Débora Falabella e Taís Araújo a encarnarem as ativistas de uma ONG, a Aruanas, na trama disponível na plataforma de streaming.

Quem também dá força ao time é a novata Thainá Duarte, que tem a missão de tirar as dúvidas do público ao interpretar uma estagiária, Clara, que acaba de chegar à organização para ajudar o grupo.

"A gente está fazendo entretenimento e isso é o mais inteligente da série. O desejo de atrair e comunicar o maior número de pessoas. A Amazônia não é um lugar que a gente vai ver só no 'Globo Repórter'. O audiovisual é sedutor e vai conseguir se comunicar com pessoas que talvez nunca pensaram nisso", defende Taís Araújo.

De dentro para fora

Na história, as personagens arriscam suas vidas para proteger a Amazônia, a população indígena e os ribeirinhos. Os papéis parecem ter caído como uma luva nas mãos de Leandra, Taís, Débora e Camila, já conhecidas por discursarem e levantarem bandeiras em nome do que acreditam.

A partir de agora, no entanto, as estrelas da Globo pretendem dar mais espaço para a defesa das causas ambientais. Leandra, que sempre lutou pela liberdade feminina, ficou tão tocada com a sua personagem que pretende cobrar medidas das autoridades deste setor daqui para frente.

Bastidores: Luiza (Leandra Leal) e Verônica (Taís Araújo) aguardam Rubens. Com a diretora Estela Renner - Globo/Fábio Rocha

"A gente filmou em setembro. Todo mundo sabe o que aconteceu no Brasil nessa época. Foi muito difícil olhar para a Amazônia e pensar que aquilo ali pode deixar de existir. Se acabar, não tem como reconstruir. Se desmatar, acabou. Saí de lá com essa vontade de lutar", revela a artista.

Taís Araújo também terminou de gravar a primeira temporada da série com a sensação de que é preciso fazer mais. Segundo ela, restringir a militância a posts nas redes sociais não é o suficiente. "Vi que consciência sem ação não serve para nada. Proteger a Amazônia é um caso urgente. As medidas e as transformações podem ser diárias", reforça a artista.

MISSÃO

Até quem não gravou na Amazônia, como foi o caso de Camila Pitanga, saiu do projeto impactado de alguma forma. Para a artista, é impossível falar sobre o assunto sem o desejo de fazer algo para defender o meio ambiente ser despertado.

"Vestir essa missão, ainda que do outro lado da história, foi o que me motivou a fazer essa série. Acho que todo mundo pode fazer alguma coisa. Os autores de 'Aruanas' encontraram uma brecha no audiovisual, e todos podem encontrar brechas em suas rotinas também", diz Camila, recordando de uma vez em que pisou na região e viu uma cena que a impactou.

"Não esqueço de uma balsa que vi com toras de madeira ilegal e os defensores da terra sendo ameaçados. É uma barbárie. 'Aruanas' nos lembra que existem coisas para fazer e pessoas dispostas a lutar, porque a Amazônia não é só do Brasil, é do planeta. Estamos falando de sobrevivência e isso é urgente", defende ela.

Lado humano

O seriado não apresenta as protagonistas como heroínas, assim como não fala apenas de questões burocráticas. O lado humano de cada uma dessas mulheres é bem explorado ao longo dos episódios.

Luiza (Leandra Leal), por exemplo, é a típica ativista que está na linha de frente, mas vive um drama que a deixa sem saber se deve continuar na ONG. Divorciada, a militante briga pela guarda do filho em uma disputa judicial e está sempre dividida entre esses dois interesses.

"O trabalho dela e o filho são verdadeiras paixões, mas é preciso balancear tudo isso. Na cabeça dela, fazer uma escolha também é contraditório porque ao lutar pelo meio ambiente ela também está lutando pelo futuro do filho", afirma a intérprete.

Além da ativista combativa, Natalie (Débora Falabella) e Verônica (Taís Araújo) vivem dramas complicados. A jornalista não enxerga que o casamento com Amir (Rômulo Braga) acabou e nem faz ideia de que o marido tem um caso com uma de suas melhores amigas.

"Minha personagem teve um problema pessoal forte, porque ela perdeu o filho numa gravidez muito avançada. Depois disso, o casamento foi por água abaixo. Ela fica totalmente tocada pelo parto de uma índia na Amazônia por causa disso. O roteiro me prendeu desde a primeira leitura. É tudo muito bem estruturado, unindo ação e histórias dramáticas", diz Falabella.

Já advogada Verônica, embora seja forte e decidida, não consegue colocar um fim nos encontros com o companheiro da amiga. Ela sofre ao sustentar esse segredo, mas acaba dominada pelo desejo. E a jovem Clara (Thainá Duarte), por sua vez, precisa de ajuda para se ver livre de um relacionamento abusivo.

 

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