Por O Dia
Rio - O Sebrae realizou na última quinta-feira (25) uma live para debater sobre os caminhos do empreendedorismo feminino durante a crise do coronavírus. A iniciativa que faz parte do projeto “Sebrae Delas”, rede de apoio criada especificamente para o público feminino com atuação em todo país. O debate contou com a participação da analista de projetos de empreendedorismo feminino do Sebrae, Renata Malheiros; da diretora-técnica do Sebrae/MS, Maristela França; da empreendedora CEO da A.R Movies, Amanda Richter e da analista de comunicação do Sebrae, Ana Canedo, como mediadora.

Com o tema "Como ser mulher empreendedora na crise e como sair mais forte dela?", o encontro marcou o lançamento de um mini documentário com histórias inspiradoras de empreendedoras de norte a sul do país. No vídeo, empresárias contam como têm enfrentado a crise e reinventado seus negócios diante da pandemia. O material está disponível nas redes sociais do Sebrae e foi uma produção da instituição em parceria com a A.R Movies.

Renata Malheiros expôs durante a live os principais desafios que as mulheres enfrentam no mundo do empreendedorismo. “Todo mundo me pergunta se há diferença entre os gêneros; se o empreendedorismo é diferente para homens e mulheres? Pesquisas recentes mostram que o número de empresas abertas por mulheres e por homens no último ano estão muito próximos. No entanto, o faturamento das mulheres é menor, mesmo elas sendo mais escolarizadas. O que explica isso?”, questiona Renata. Para a especialista, um dos motivos é a carga horária dedicada às empresas. Estudos apontam que as mulheres ficam 17% de horas a menos em seus negócios. Isso porque, em geral, elas acumulam as atividades das empresas com tarefas relacionas ao lar e à família. Outro motivo são os setores escolhidos para empreender. Empresas lideradas por mulheres estão - predominantemente - atuando na área de alimentação, moda e beleza. “Cadê as mulheres em setores como robótica, ciência e tecnologia?”, analisou, Renata Malheiros.

De acordo com a especialista, é necessário romper as crenças limitantes de que algumas áreas não podem ser ocupadas por mulheres. “Aquela crença de que meninas não são boas em matemática, por exemplo, já ficou para trás. Quando uma mulher se livra das crenças limitantes e se joga no empreendedorismo, ninguém segura. Uma rede de apoio entre mulheres, como essa do Sebrae Delas, ajuda demais no combate ao medo de empreender em novas áreas”, ressaltou. Malheiros acrescentou que esse é o momento ideal para as empreendedoras reinventarem seus negócios e mergulharem no mundo digital. “É a hora de parar, repensar e inovar, usar todos os recursos disponíveis para construir uma presença online do seu negócio”, incentivou.

A diretora do Sebrae/MS destacou a importância das mulheres como força propulsora do empreendedorismo. “Pesquisas comprovam que mulheres entrando no empreendedorismo afetam diretamente a economia local. O Sebrae sabe disso e realiza um trabalho para inspirar e ajudar mulheres que estão inovando. Queremos dar luz à força do empreendedorismo e seu impacto financeiro”, comenta Maristela. “Se atuarmos de forma consistente e organizada, teremos resultados cada vez maiores nos negócios femininos. Agora, com essa crise, acredito que, mais do que nunca, é preciso trabalhar de forma conjunta”, acrescenta.

Amanda Richter apontou que muitas mulheres não tiram projetos do papel ou mesmo não reformulam seus negócios por sentirem medo de ousar. A empreendedora diz que a saída para vencer os medos está no autoconhecimento: “Quando entendemos nossos pontos positivos e negativos, não vamos mais acreditar em palavras que nos desmotivam. Isso vai facilitar a tomada de decisões. A mulher que se conhece se torna empoderada. Isso faz a gente evoluir e crescer em todos os aspectos. A vontade precisa ser muito maior que os medos”, comenta Amanda.

Números do empreendedorismo feminino:

- As mulheres foram mais afetadas pela crise (52% fecharam temporariamente ou de vez), contra 47% dos homens.
- As mulheres buscam mais soluções digitais (34%) que os homens para continuar funcionando.
- As mulheres (32%) caminharam mais que os homens (25%) para vendas on-line.
- As mulheres (31%) utilizaram um pouco mais que os homens (27%) a suspensão do contrato de trabalho.
- Só 34% das mulheres, de fato, já buscaram empréstimos (contra 41% dos homens).
- Comparadas aos homens desta pesquisa as mulheres faturavam menos (R$ 23,5 mil) que os homens (R$ 32,2 mil) antes da crise. 
Assista a live: