Gabriela Medvedovskifotos Globo/divulgação
Publicado 01/08/2021 07:32 | Atualizado 01/08/2021 09:00
Rio - Após um ano de reprises e continuações após pausas, finalmente, uma novela inédita chega às telas da Globo. Gravada em marcha lenta para respeitar os protocolos de segurança da pandemia, 'Nos Tempos do Imperador' conseguiu atingir o mínimo de episódios necessários para ir ao ar e estreia no dia 9 de agosto na faixa das 18h da emissora. A trama, que faz uma releitura da vida de Dom Pedro II, vivido por Selton Mello, traz também a história da jovem Pilar, uma moça sonhadora e que sonha em ser médica.


Responsável pelo papel, Gabriela Medvedovski tem bastante protagonismo na trama que, para ela, contrasta com seu último trabalho de destaque na TV. Na premiada 'Malhação - Viva a Diferença', Gabi deu vida a Keyla, uma das cinco protagonistas da temporada.

"Eu acho que a Keyla e a Pilar têm, sim, algumas coisas em comum. A impetuosidade delas, a força, a resiliência delas é muito parecida. Mas eu acho que elas também têm muitas coisas diferentes. A Pilar é uma mulher muito ética, pragmática, assertiva. E eu acho que a Keyla foge um pouco desse lugar. Ela é mais destrambelhada, menos conectada com essas coisas. Então, eu espero estar fazendo uma coisa diferente, trazendo uma nova visão de uma outra mulher. Espero que gostem, porque está incrível!", destaca a jovem de 29 anos.

Bem acompanhada

E não é só experiência que Gabi traz de 'Malhação'. Em 'Nos Tempos do Imperador', a atriz tem a oportunidade de contracenar com outras duas colegas da novelinha teen: Heslaine Vieira, que vivia a Ellen, e Daphne Bozaski, a Benê. "Tô tendo a sorte de reencontrar duas colegas de trabalho que também são minhas amigas. A Daphne no papel da minha irmã mais nova e a Heslaine no papel de antagonista", adianta a atriz que destaca os pontos positivos e negativos de tanta sintonia.

"Está sendo muito bom porque a gente se conhece e tem uma intimidade cênica. A gente sabe onde a gente provoca uma a outra e como é o nosso jogo. Mas está sendo uma experiência diferente, né? Principalmente com a Heslaine, que é num lugar completamente oposto, que é com grandes embates. Mas ao mesmo tempo, é difícil porque às vezes a gente vai pelo lugar da amizade. E a gente não pode, tem que ter esse embate. Às vezes, a gente tá em cenas onde a gente tem que estar muito uma contra a outra, e aí a gente se conecta em um lugar e chora. E não é para chorar! Aí a gente para, concentra e volta. Mas é uma intimidade maravilhosa que a gente tem e a gente usa isso a nosso favor", declara.

E se Keyla era a principal protetora de Benê em 'Malhação', a história não só se repete na nova novela como no dia a dia das atrizes, que hoje são vizinhas. "Na trama, a Daphne é minha irmã. E ela é quase minha irmã na vida real também. A gente é muito parecida, até nossa história. E aí a gente tem agora uma relação de irmã mais nova que é uma coisa que acaba acontecendo até na vida real. A gente mora no mesmo prédio e, eventualmente, nós estamos juntas porque uma está precisando de alguma coisa. Então a gente consegue trazer essa experiência que é muito pessoal das nossas vidas para a tela", revela.

Desafios de época

Apesar de ser uma novela de época, o empoderamento feminino é um tema abordado pela trama e que reverbera muito em questões atuais. Para Gabi, é impossível não comparar com a situação ainda vivida pelas mulheres nos dias de hoje. "A trama, no geral, traz elementos históricos de uma maneira muito inteligente porque ela pega essa história e transforma nos questionamentos de coisas que a gente vive hoje em dia. É inevitável comparar a situação da Pilar, por exemplo, como mulher dentro da sociedade, que quer ser dona do próprio destino e não consegue porque muitas vezes ela é silenciada. Isso acontece até hoje em dia porque nós, mulheres, quando a gente não é silenciada, a gente paga um preço muito alto para conseguir ser ouvida. Não foge muito da nossa realidade em vários aspectos e ambientes", destaca a atriz, que vê um papel social nessa representação.

"Ela, de alguma maneira, simboliza um pouquinho de cada uma das mulheres que lutou para ser escutada e que abriu o nossos caminhos para a gente estar aqui hoje. E nós podemos nos inspirar para continuar abrindo caminhos para as outras que vão continuar vindo depois da gente", conta.

Outro aspecto importante do comportamento de Pilar na trama é o relacionamento com Samuel (Michel Gomes). Para viver seu amor, a jovem mais uma vez enfrenta os preconceitos da sociedade apenas por ele ser um homem negro. "Tanto a Pilar quanto o Samuel, eles têm uma mentalidade à frente do seu tempo. Então eles não veem a cor deles como uma questão dentro daquele amor que eles começam a ter. E eu acho isso muito bonito porque eles se conectam nesse lugar de ser revolucionários. É uma das coisas que faz com que eles vivam juntos. Também acho que é bonito falar de amor hoje em dia, quando as relações são tão simplórias e a internet também faz com que a gente fique tão distantes uns dos outros. Acho que a relação deles é uma paixão e um amor profundo que faz com que a gente se reconecte com a ideia de que existe não necessariamente essa ideia de 'felizes para sempre', mas que existem conexões profundas que a gente pode estabelecer com outras pessoas e ser muito felizes dentro dessas relações", defende.
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