Durante a pandemia muitos pais liberaram o uso de tablets, celulares e computadores - Divulgação
Durante a pandemia muitos pais liberaram o uso de tablets, celulares e computadoresDivulgação
Por O Dia
Quem tem crianças em casa e ainda não liberou o uso de telefones, tablets e computadores, que atire a primeira pedra! A chegada do Covid-19 fez as pessoas repensarem muitas coisas, entre elas, como equilibrar, sem proibir, o uso de telas por parte das crianças. Em um momento onde a maioria dos pais trabalham em casa, os eletrônicos ganharam grande protagonismo. Mas isso é bom? Vamos entender um pouco mais sobre esse problema que virou rotina por causa da pandemia?

A pedagoga da Dentro da História, Claudia Onofre, explica os prós e contras da situação e a importância de adultos serem um “espelho” ao impor os limites para o uso da tecnologia, já que as crianças tendem a repetir o comportamento dos pais; essas precauções geram mais unidade em casa, além de uma utilização saudável das telas.

- A tecnologia não deve ser tratada como inimiga, pois, se usada com moderação, pode contribuir de forma positiva para o desenvolvimento infantil, principalmente em tempos de pandemia. O isolamento social desmistificou a era digital como algo improdutivo ou até viciante. A tecnologia traz diversidade e novos horizontes e a liberdade de interação, seja de conhecimento, atividades lúdicas, leitura ou de aproximação com pessoas queridas que as crianças foram privadas do convívio – comenta Cláudia.

Regras da Sociedade Brasileira de Pediatria
De acordo com a SBP, o uso de telas por parte das crianças precisa ter um controle rigoroso por parte dos pais. A recomendação sobre o tempo que os pequenos passam em frente a celulares, tablets, TV’s e computadores varia conforme a idade:

- Crianças menores de 2 anos não devem ser expostas a nenhum tipo de tela / Reconhecendo a necessidade das telas no momento atual, a SBP mudou suas recomendações, dando o aval até mesmo para crianças menores de 2 anos usufruírem da tecnologia (nesta faixa etária, a recomendação é apenas para contato com os familiares);
- De 2 a 5 anos devem ter acesso aos eletrônicos durante 1h por dia;
- De 6 a 10 anos no máximo 2h por dia;
- Acima de 10 anos e adolescentes, o limite é de 3h.

Em abril, a Unicef publicou um artigo sobre a importância de repensar o uso das telas em tempos de Covid-19. O estudo defende que a atenção deve ser mais com o que as crianças fazem online, com os conteúdos que elas acessam e com o apoio que têm fora das telas, do que com o tempo que se gasta em frente aos eletrônicos. Mas como encontrar o equilíbrio?

- Esse equilíbrio pode ter diferentes soluções de acordo com as idades. Mas a dica de ouro é ‘seja um exemplo’. As crianças são esponjas, não adianta impor horários e limites se o próprio adulto perdeu qualquer controle - explica.

Crianças X Adolescentes
O entretenimento para as crianças é importante durante a rotina, porém, o ideal é separar um tempo para vivenciarem momentos de unidade juntos. “Vale preservar o que chamo de “os 15 minutos de ouro”, onde o mundo pode desabar, mas nada tira você daquele momento com seus filhos. Seja para contar uma história real, ler um bom livro, falar dos desafios atuais, chorar junto, rir, fazer coceguinhas. Enfim, fazer valer aquele momento para a vida. Tenha a certeza que estes são únicos e irão gerar uma linda memória afetiva para a vida toda”, ressalta Claudia.

Quando o assunto é a adolescência, a resistência de passar um tempo com os pais e compartilhar as atividades é maior. “Independente da faixa etária, os filhos devem ser monitorados. Os pais precisam encontrar coerência e equilíbrio e nunca fazer nada escondido. Como pais ou responsáveis temos o direito e dever de zelar, mas tudo isso deve ser feito de maneira transparente. É legal procurar atividades que os filhos gostem para mostrar à eles os prazeres e perigos da internet, seja assistindo juntos um filme sobre o assunto ou presenteá-los com algum livro sobre o tema”, aconselha a pedagoga.