Publicado 24/10/2021 01:00 | Atualizado 25/10/2021 14:41
Rio - Olá, meninas! Quem aqui já viu, ou pelo menos ouviu falar, da série Round 6? O novo sucesso da plataforma de streaming Netflix ganhou as redes sociais e levantou discussões sobre a mensagem passada por trás do enredo. No debate, eu vejo muita gente se perguntando alguns pontos, por exemplo: qual o poder e a influência do dinheiro ou da falta dele em nossas vidas? Quais emoções são despertadas em quem assiste a série e quais os riscos reais podem acometer crianças ou jovens que se aventuram a acompanhar todos os episódios de Round 6?
Nos nove episódios da série, dá para perceber uma dura crítica ao sistema capitalista. Os personagens estão sem qualquer credibilidade ou dignidade e são levados a entrar no jogo para pagar com o próprio corpo, através de situações de torturas, suicídio e violência ligada à integridade física. Tudo isso em busca do sonho em receber o cofre repleto de dinheiro para melhorar de vida. Um retrato clássico da felicidade pelo consumo.
É de se estranhar que uma trama tão pesada tenha repercutido muito entre o público infanto-juvenil. E aí, surgiu a preocupação: será que essas crianças e adolescentes podem vir a desenvolver personalidades perversas com requintes de crueldade, se assistirem Round 6?
A psicanalista Andréa Ladislau explica que “uma série não é capaz de criar essa hostilidade dentro de ninguém. A questão é que nós adultos temos dificuldade para lidar com o impacto do que estamos vendo e precisamos ativar ferramentas mais elaboradas para conseguir ficar bem após cada episódio, pois tudo isso mexe muito com nosso emocional”.
É claro, meninas, que uma criança ou um adolescente vão demandar uma carga ainda maior de energia para entender tudo o que estão consumindo. Andrea Ladislau acredita que “não é porque eles assistiram a série que vão sair por aí atirando nas pessoas. Apenas podem ter um pouco mais de dificuldade para lidar com o impacto da dor”.
Neste caso, meninas, o correto é dialogar e fazer com que elas entendam sobre solidariedade, senso de justiça e a valorização do “eu”, sem ferir, expor, entristecer ou magoar o próximo. A psicanalista disse que “o grande ‘pulo do gato’ de Round 6 é poder provocar inúmeras reflexões, como a classificação de valores humanos, o poder e a importância que atribuímos ao dinheiro”.
E aproveito para acrescentar que, pra mim, a maior das lições é compreender se os fins justificam os meios. Aliás, ainda falando sobre o impacto dessa série na mente de crianças e adolescentes, a especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental e Mentora de pais e educadores Stella Azulay acredita que é preciso ter cuidado com o desenvolvimento desses jovens. "Estamos num momento em que os jovens estão mais frágeis, mais suscetíveis ao sofrimento. Crianças e adolescentes são indivíduos que estão em pleno desenvolvimento neuropsicomotor, cuja estrutura cerebral pode ser afetada, provocando disfunção no sistema neurológico e endocrinológico, podendo gerar danos irreversíveis. Ou seja, assistir a este tipo de série exige uma estrutura emocional e uma maturidade que grande parte dessa geração não tem”.
No entanto, Stella sabe que proibir não é o caminho. “Falta preparo por parte dos pais no sentido não só de orientar, mas, principalmente, de monitorar e acompanhar o que seus filhos assistem e fazem. É fundamental ter diálogo, impor limites e ter consciência da responsabilidade que é criar jovens nos dias de hoje. Jovens estes que são desafiadores, mas, no fundo, não têm preparo psicológico para lidar com muitas situações”.
É isso, meninas. Nem tudo o que faz sucesso ou que tenha caído nas graças das redes sociais pode ser positivo para nós e nossas crianças. Por isso, cuidado na hora de deixar os pequenos na frente das telinhas.
Nos nove episódios da série, dá para perceber uma dura crítica ao sistema capitalista. Os personagens estão sem qualquer credibilidade ou dignidade e são levados a entrar no jogo para pagar com o próprio corpo, através de situações de torturas, suicídio e violência ligada à integridade física. Tudo isso em busca do sonho em receber o cofre repleto de dinheiro para melhorar de vida. Um retrato clássico da felicidade pelo consumo.
É de se estranhar que uma trama tão pesada tenha repercutido muito entre o público infanto-juvenil. E aí, surgiu a preocupação: será que essas crianças e adolescentes podem vir a desenvolver personalidades perversas com requintes de crueldade, se assistirem Round 6?
A psicanalista Andréa Ladislau explica que “uma série não é capaz de criar essa hostilidade dentro de ninguém. A questão é que nós adultos temos dificuldade para lidar com o impacto do que estamos vendo e precisamos ativar ferramentas mais elaboradas para conseguir ficar bem após cada episódio, pois tudo isso mexe muito com nosso emocional”.
É claro, meninas, que uma criança ou um adolescente vão demandar uma carga ainda maior de energia para entender tudo o que estão consumindo. Andrea Ladislau acredita que “não é porque eles assistiram a série que vão sair por aí atirando nas pessoas. Apenas podem ter um pouco mais de dificuldade para lidar com o impacto da dor”.
Neste caso, meninas, o correto é dialogar e fazer com que elas entendam sobre solidariedade, senso de justiça e a valorização do “eu”, sem ferir, expor, entristecer ou magoar o próximo. A psicanalista disse que “o grande ‘pulo do gato’ de Round 6 é poder provocar inúmeras reflexões, como a classificação de valores humanos, o poder e a importância que atribuímos ao dinheiro”.
E aproveito para acrescentar que, pra mim, a maior das lições é compreender se os fins justificam os meios. Aliás, ainda falando sobre o impacto dessa série na mente de crianças e adolescentes, a especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental e Mentora de pais e educadores Stella Azulay acredita que é preciso ter cuidado com o desenvolvimento desses jovens. "Estamos num momento em que os jovens estão mais frágeis, mais suscetíveis ao sofrimento. Crianças e adolescentes são indivíduos que estão em pleno desenvolvimento neuropsicomotor, cuja estrutura cerebral pode ser afetada, provocando disfunção no sistema neurológico e endocrinológico, podendo gerar danos irreversíveis. Ou seja, assistir a este tipo de série exige uma estrutura emocional e uma maturidade que grande parte dessa geração não tem”.
No entanto, Stella sabe que proibir não é o caminho. “Falta preparo por parte dos pais no sentido não só de orientar, mas, principalmente, de monitorar e acompanhar o que seus filhos assistem e fazem. É fundamental ter diálogo, impor limites e ter consciência da responsabilidade que é criar jovens nos dias de hoje. Jovens estes que são desafiadores, mas, no fundo, não têm preparo psicológico para lidar com muitas situações”.
É isso, meninas. Nem tudo o que faz sucesso ou que tenha caído nas graças das redes sociais pode ser positivo para nós e nossas crianças. Por isso, cuidado na hora de deixar os pequenos na frente das telinhas.
BELEZA DA ALMA
"Pense como uma rainha. Rainhas não tem medo de falhar, porque o fracasso é mais um degrau para a grandeza" - Oprah Winfrey
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.