Muito além das páginas: temáticas abordadas nas histórias chamam atenção para realidades e problemas enfrentados por milhões de brasileirosReprodução Instagram/Instituto Maurício de Sousa
Publicado 09/12/2021 20:45
Olá, meninas!
Quantas de vocês cresceram lendo as histórias da Turma da Mônica? Era uma delícia dar risadas com os quadrinhos mais famosos da literatura brasileira, que sempre traziam aventuras mirabolantes. E tenho certeza de que Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e companhia influenciaram e ajudaram na educação de muita gente. Foi o que aconteceu com a jornalista Priscilla Moraes. Durante a infância e adolescência, ela colecionou as revistas da Turma da Mônica e se divertia muito. Quando o filho dela, o Benedito, ficou maiorzinho, a primeira coisa que fez foi dar a ele de presente a coleção.
"Eu e meus irmãos praticamente aprendemos a ler com a revistinha da Mônica e essa coleção estava lá, guardada. E eu fiquei com muito medo porque as revistinhas na mão de criança nova se estragam. E aí, eu desapeguei. Mas ele lê do jeitinho dele, às vezes ele pede para gente ler para ele. Mas a maioria das vezes é ele lendo com a revistinha na mão. Já tem histórias que ele sabe de cor".
Priscilla explica que o fato de o filho de 5 anos ainda passar pela alfabetização não atrapalha. "Ele já sabe juntar letras, mas ele não tem a leitura rápida. Ele sabe narrar a história. As do Piteco, por exemplo, ele fala 'o Piteco andou e viu a Tuga, ele se escondeu dela e aí, ele viu um dinossauro'. E o curioso é que a minha mãe falava que eu fazia a mesma coisa. Às vezes, a revistinha estava de cabeça pra baixo e eu inventava as histórias. Mesmo que a criança não consiga juntar os sinais das letras, ela consegue compreender o que está sendo falado. E eu acho que esse é o primeiro passo para a leitura”.
Na casa da jornalista Fernanda Costantino, as revistinhas da Turma da Mônica foram logo escolhidas para ajudar o filho, Joaquim, de 6 anos na alfabetização. Mas Fernanda acredita que os quadrinhos vão além da simples leitura. "Ajuda muito nesta etapa que a criança está aprendendo a ler. Tem o apoio da imagem, dos próprios quadrinhos que sequenciam a narrativa. Além disso, as histórias trazem temas que ajudam a criança a saber mais sobre o mundo ao redor, sobre os sentimentos. Apoia também nessa descoberta do mundo".
Sabendo disso, o Instituto Maurício de Sousa, ligado à produtora da Turma, cria histórias que conscientizam sobre assuntos voltados para a sustentabilidade, combate ao preconceito e datas comemorativas, como o Dia Nacional da Reciclagem, por exemplo. Os quadrinhos são desenvolvidos através de parcerias entre o instituto e diferentes instituições. O projeto teve início em 2001, com o lançamento de uma revistinha para escolas do Norte e Nordeste do Brasil.
O consultor pedagógico Renan Salermo acredita que as histórias em quadrinhos colaboram com a formação leitora. "Esse texto na sala de aula vai abrir possibilidades desse estudante estar diante de diferentes linguagens. Ele vai conhecer as cores, os traços, a organização das páginas, os balões e as falas. Essa leitura vai também colaborar com a ideia de sequência. Os quadrinhos organizam um quadro após o outro. Isso, anos depois, vai colaborar com a coesão sequencial que é tão exigida dos alunos de ensino médio, por exemplo".
Que delícia é descobrir junto com os nossos filhos e acompanhar o crescimento e os interesses deles, não acham? Por isso, meninas, recomendo que vocês influenciem os pequenos a lerem. Existem livros voltados especificamente para diferentes idades, pensados para a mente em formação dessas crianças. É só com educação que a gente consegue fazer um mundo melhor.
Leia mais