Por Luciana Gimenez - iG
Publicado 30/12/2020 09:30

Este momento em que estamos vivendo, a princípio, causa desespero: como posso estar isolado, sem sair pra encontrar amigos, pra jantar, pra fazer uma coisa corriqueira sem olhar pro lado com receio? 

De quarentena, Luciana Gimenez reflete sobre o que o isolamento social pode trazer de liçõesReprodução/Instagram

Na primeira semana, ainda sem cair à ficha, todos começaram a fazer coisas em casa: limpeza, arrumar armário, tirar quinquilharias. Engraçado, que sempre pedíamos isso... “mais tempo em casa”!

Então, chegou a terceira semana e, com ela, muitos sentimentos: medo, revolta, desespero, tristeza... Mais tarde, alegria, euforia, desejos!

Mas, se pararmos pra refletir, por conta desse momento, nos foi tirado todo nosso planejamento de vida. Festas, viagens, relacionamentos amorosos, aquele barulho externo que sempre nos perturbou e intrigou. Quantas vezes nos pegávamos olhando o Instagram de alguém e vinha à mente: “Ah eu podia estar lá!" Batia aquela ansiedade por fazer coisas, mais coisas, estar em algum lugar, postar mais fotos que o outro, uma competição velada de quem ostentava mais!

Às vezes, estávamos em um lugar, mas já com a cabeça em outro, sempre querendo fazer mais e mais. O dia, com 24h, tornava-se pífio diante de todos os nossos ideais!

E então, repentinamente, tudo isso foi embora! É como se estivéssemos todos num reality show: desde a rainha da Inglaterra até aquele senhorzinho, que está em sua residência com medo.

Somos todos iguais, seres humanos, todos em nossas casas, com nós mesmos!

Luciana GimenezReprodução/Instagram

É hora de fazermos uma viagem interior e ver quem realmente somos o que esperamos quando sairmos desse confinamento, onde podemos melhorar e o mais importante: que lição tirar disso tudo.

Claro que a questão financeira nos assombra, mas é hora de nos ajudarmos. Quem não se lembra da época em que não convivíamos com tecnologia? Era tudo muito genuíno.

Talvez, o planeta clamasse por essa situação, estávamos todos tão acelerados que não víamos mais nada e nem ninguém. Vamos tentar encarar esta dor como um remédio amargo que irá nos transformar e nunca mais seremos os mesmos. Vamos aproveitar pra olhar para nossa família. Nesse momento, muita gente consegue ver o marido, o filho e os pais de um modo que há muito não enxergava.

Por outro lado, tem aqueles que pensam “o que tô fazendo aqui?!”

É uma viagem interior!

Pense em você, como vai sair dessa? É hora de ajudar quem precisa ser mais altruísta e ver o que podemos tirar de bom disso tudo.

Olhe pra você!

E juntos, vamos vencer!

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