O município detém o recorde negativo nos índices de violência contra mulheres no Estado. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), somente em 2018, foram registrados mais de 3,8 mil casos na cidade.
Segundo a presidente da CPI, deputada Martha Rocha (PDT), ao comparar os dados de feminicídio no estado do Rio de Janeiro em detrimento da Baixada Fluminense, se observa um impacto maior sobre a região.
“Ela conta com quatro Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (DEAM), em Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti e Nova Iguaçu; e ainda tem 17 delegacias distritais. Isso mostra um aumento da violência nesses municípios, mas queremos conhecer as estratégias de prevenção que podem ser adotadas de modo a evitar esses números”, afirmou Martha Rocha
Para Mônica Francisco, Vice-Presidente da CPI, estar na Baixada Fluminense e em Duque de Caxias é fundamental para ouvir e conhecer quais são as necessidades e entender porque esses números são tão alarmantes em relação à violência contra as mulheres.
“Fazer essa audiência aqui, ouvir quem acolhe, quem trabalha, o movimento de mulheres da Baixada e resistir contra essa opressão que insiste em vitimar mulheres todos os dias é papel fundamental desta CPI.O feminicídio atinge sobretudo as mulheres negras e pobres, mulheres que não conseguem acessar direitos básicos”, disse.
A Titular da DEAM de Duque de Caxias, Delegada Fernanda Fernandes, destacou a importância da prevenção. Para ela o combate ao feminicídio começa na conscientização sobre as violências que antecedem, como a violência psicológica, por exemplo.
Para a Delegada, a violência contra a mulher exige o envolvimento de todos. “A iniciativa da CPI é excelente e chega em boa hora, já que, infelizmente, os casos na cidade são recorrentes. Discutir o tema é muito importante. Toda sociedade deve atuar junto, com conscientização e ação para prevenir e combater os crimes de violência contra a mulher”, explicou.
A professora Ivanete Silva, representante do Fórum de Mulheres da Baixada, organização da sociedade civil, apresentou a proposta de que seja convocada uma audiência pública pela Câmara Municipal para que seja discutida com mais profundidade a questão na Cidade. “Combater o feminicídio é uma vontade política, que precisa ser abraçada por todas e todos que estejam nos lugares de decisão” defendeu.