Primeiro dia de abertura parcial do comércio em Duque de Caxias levou muita gente para as ruas da cidade, apesar do aumento dos casos - Estefan Radovicz
Primeiro dia de abertura parcial do comércio em Duque de Caxias levou muita gente para as ruas da cidade, apesar do aumento dos casosEstefan Radovicz
Por O Dia

O maior número de leitos — com a abertura recente de 40 no Hospital Municipal São José e mais 56 previstos no Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo — foi um dos argumentos para a Prefeitura de Duque de Caxias liberar estabelecimentos comerciais e academias a partir de hoje. Ainda assim, a evolução da covid-19 no município tem preocupado movimentos da Baixada Fluminense. Somente nos 20 primeiros dias do mês de maio, o número de casos confirmadas da doença praticamente triplicou, e de suspeitos aumentou mais de mil.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, Duque de Caxias contabilizou 425 casos de covid-19, com 72 mortes,  no dia 30 de abril. Em 20 de maio, os doentes confirmados passaram para 1.161, com 157 óbitos. E o crescimento de casos suspeitos foi ainda maior: de 706 para 1.750.

Números que deixam em alerta a articulação "Corona na Baixada", que conta com várias organizações da região. Elas pediram ajuda ao Ministério Público Federal e à Defensoria contra o novo decreto. Coordenador de mobilização da Casa Fluminense, Douglas Almeida não vê condições para reabertura do comércio.

"Apesar do apelo de parte da população, o executivo tem que preservar a saúde, mesmo que seja com medidas impopulares. É preciso que se tome decisões baseadas em dados científicos. A cidade não pode ser uma ilha na Baixada, e essa decisão pode sobrecarregar os vizinhos, visto que moradores de outras cidades podem se dirigir a Caxias, onde o comércio está aberto, aumentando a circulação na região", analisa Douglas.

Um dos problemas apontados é a subnotificação de casos de covid-19, o que impede saber a real situação do município. O aumento da testagem, o que não vai acontecer, é visto por lideranças da Baixada como peça importante no processo de reabertura do comércio. Além disso, a falta de fiscalização nos últimos dois meses também é considerado decisivo para ser contrário à abertura, ainda mais com várias exigências, como a utilização de máscaras e álcool em gel, além do limite de 30% da capacidade do estabelecimento.

"Nós, do Fórum Grita Baixada, entendemos essa abertura como algo precipitado e na contramão das medidas de distanciamento social. Se a prefeitura mal consegue fiscalizar a abertura do comércio não essencial, como vai fiscalizar que funcionem com 30% da capacidade e que disponibilizem álcool em gel e máscaras? Quais são os dados objetivos na saúde que justificam essa abertura? A pressão do comércio e o financiamento da disputa eleitoral parece prevalecer em relação à saúde da população", critica Adriano de Araújo, do Fórum Grita Baixada.

NÃO VOLTAM

No mesmo decreto que permitiu a reabertura do comércio, o prefeito Washington Reis (MDB) ampliou a suspensão do funcionamento de cinemas, teatros, piscinas, clubes e eventos públicos até 31 de junho. Já as escolas continuarão sem aulas até o dia 15.

Vacinação pelo 'Drive Thru'
Publicidade
Com a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe na reta final, moradores de Duque de Caxias que são o público-alvo nesta terceira fase poderão se imunizar nesta semana sem sair do carro. O polo do Detran da Reduc, localizado próximo à Rodovia Washington Luís em Campos Elíseos, funcionará em sistema "Drive Thru" hoje, quarta e sexta-feira.
Serão aplicadas 600 doses das 9h às 12h. As senhas serão distribuídas nos veículos. Podem se vacinar adultos de 55 a 59 anos, motoristas de transporte coletivo, grávidas ou mães com filhos de até 45 dias, além de professores. Crianças menores de seis anos, que também fazem parte do público-alvo, não poderão ser vacinadas pelo sistema 'Drive Thru'.
Publicidade
A campanha de vacinação acaba no dia 5 de junho.
Você pode gostar
Comentários