Filipe e Gabi sofreram com comentários racistas envolvendo a cor da pele da filha, recém-nascida, nas redes sociais DIVULGAÇÃO
Por O Dia
Publicado 30/12/2020 00:00 | Atualizado 30/12/2020 16:44

Era uma quarta-feira, 28 de novembro. A pequena Esperança tinha apenas alguns dias de vida e encantava os papais de primeira viagem Filipe Maia e Gabi Smith. Com 21 anos e quase três milhões de seguidores nas redes sociais, os moradores de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, mal podiam imaginar o que poderia acontecer.

Ao postar uma foto da filha, os mais diversos comentários indelicados começaram a surgir. "Foi uma situação atípica, porque sempre trabalhamos para divertir nosso público e, quando compartilhamos esse momento tão especial, as pessoas começaram a falar da cor. Ela é só uma criança, não tinha nem um mês quando postamos o vídeo", conta Filipe.

"Vocês são negros e ela branca?", questionou uma seguidora, "Espera cozinhar, galera", disse outra, se referindo ao tom de pele da bebê. 

"Foram várias piadinhas de duplo sentindo, inclusive insinuando que a Esperança não era minha filha", comenta o jovem.

Gabi, que ainda estava de resguardo, também não entendeu os comentários. "Eu queria entender esse questionamento de cor. Por que dão tanta importância para isso?", indaga, incomodada.

Por conta do episódio, o criador de conteúdo acredita que houve um afastamento de algumas empresas. "Nós estávamos com tudo certo para começar a fazer um trabalho para uma marca, fizemos a primeira parte e logo depois dos comentários nas fotos, eles (donos da empresa) sumiram. A gente vê que não só psicológico, mas tem um dano material, que acaba sendo irreversível", relata.

Filipe registrou um boletim de ocorrência on-line e espera que medidas sejam tomadas, para que outras pessoas não sofram o mesmo problema. "Esse tipo de comentário é inaceitável. Acho que devo me posicionar sobre essa questão para que todos vejam que o racismo estrutural atinge os negros desde a infância", desabafa o rapaz.

Saiba como denunciar

Tanto os episódios de racismo, como injúria racial, são tipificados como crime, podem render pena de até três anos e devem ser levados às autoridades. Os boletins de ocorrência podem ser registrados pelo site: dedic.pcivil.rj.gov.br.

Mais informações podem ser obtidas na Superintendência de Igualdade Racial da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Praça Cristiano Ottoni s/nº, Edifício Dom Pedro II, 6º andar, Central do Brasil). Outros meios de comunicação são o telefone 2334-9595 e o e-mail supir@social.ri.gov.br.

 

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