Sinal do Vale celebra uma década com restauração de 30 hectares Divulgação
Publicado 22/09/2021 16:37
Duque de Caxias - O Instituto Sinal do Vale celebra nesta quinta-feira, 23, uma década de atividades. A organização, localizada no distrito de Xerém, na Baixada Fluminense, é guardiã de duzentos hectares de Mata Atlântica nas bordas da cidade de Duque de Caxias. A data será comemorada com o lançamento local do Florestas do Amanhã (FDA), iniciativa que reflorestará 30 hectares de terras no local. O lançamento do FDA, maior projeto de restauração do bioma no Brasil, coincide com o início da Década da Restauração dos Ecossistemas das Nações Unidas. O Florestas do Amanhã é uma iniciativa do Governo do Estado do Rio de Janeiro em parceria com o Instituto de Desenvolvimento e Gestão.
Sinal do Vale celebra uma década com restauração de 30 hectares  - Divulgação
Sinal do Vale celebra uma década com restauração de 30 hectares Divulgação


O Sinal do Vale é um dos lotes de reflorestamento do projeto cuja meta é restaurar 5 mil hectares de Mata Atlântica somente com espécies florestais nativas. A organização que fará o reflorestamento no Sinal do Vale é a Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH), responsável pelo primeiro projeto de pagamento por serviços ecossistêmicos de Petropólis. A primeira fase vai restaurar 1.100 hectares em 11 municípios localizados na Baía de Guanabara: Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Maricá, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, São Gonçalo e São João de Meriti.
Sinal do Vale celebra uma década com restauração de 30 hectares Divulgação


Ao longo dos anos a região sofreu um intenso processo de degradação que incluiu a substituição da cobertura vegetal original por sistemas agropecuários. Como principal resultado desta intensa devastação, um grande número de reduzidos fragmentos florestais em diferentes estágios de regeneração foi gerado, onde muitos deles já não apresentam capacidade de sustentar a sucessão no longo prazo.

Thiago Pampolha, Secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), destaca que o Florestas do Amanhã é uma iniciativa inédita que tornou o Rio de Janeiro a primeira federação do Brasil a cumprir o Acordo de Paris alinhado com a Década da Restauração dos Ecossistemas.
“O reflorestamento garante não apenas o desenvolvimento sustentável, mas também o crescimento econômico do Estado do Rio. O Florestas do Amanhã ganha diversas dimensões importantes na região da Baixada Fluminense, garantindo emprego, renda, conforto climático e reflorestando regiões com grande apelo da nossa população”, destaca.
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O Vale de Santo Antônio, onde o Sinal do Vale está localizado, está entre a expansão urbana da cidade de Duque de Caxias e áreas de proteção ambiental, tais como a APA de Petropólis. Na região são recorrentes os casos de incêndio florestal, parcelamento de terras, entre outros danos ao ecossistema. Somente este ano, foram dois grandes episódios de incêndios, cujo início foi causado por curtos de fios desencapados da Light. O foco iniciou em via pública e se alastrou floresta adentro, atingindo aproximadamente 2 hectares.

De acordo com Thais Corral, diretora-fundadora do SINAL, a instituição desempenha um esforço particular como pioneira na modelagem de soluções baseadas na natureza, que promovem a regeneração de paisagens. Serão implementadas quatro diferentes técnicas de reflorestamento, além de outras inovações, somando aproximadamente 40 mil mudas de espécies arbóreas nativas.

Além da criação de empregos e mobilização da comunidade local, o projeto colabora para fomentar e valorizar a cadeia produtiva da restauração, incluindo viveiros e fornecedores de insumos e equipamentos.

O modelo de restauração florestal dialoga com a realidade que existe no território, destaca Thais Corral: "O Sinal do Vale é um campus de educação regenerativa e como tal, mostra como a regeneração dos ecossistemas é compatível com a criação de um pequeno número de animais, da mesma forma que outras iniciativas empreendedoras tais como o aproveitamento da jaca verde e os turismo de base comunitária", ressalta Corral.

Localização

O SINAL está localizado a 50 km do Centro do Rio de Janeiro, em uma área crítica entre a expansão urbana descontrolada que circunda a Baía de Guanabara e algumas das últimas áreas protegidas de Mata Atlântica na Serra do Mar. A organização está situada na região peri-urbana na zona de amortecimento do Refúgio de Vida Selvagem da Serra Estrela (REVISEST), uma área protegida de 5.000 hectares instituída em 2017 para criar um corredor ecológico entre duas regiões de conservação nacional (Reserva de Tinguá e Parque Nacional Serra dos Órgãos). 
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