Por thiago.antunes

São Paulo - O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse nesta sexta-feira que "está na hora de a política ajudar na recuperação da economia', reconhecendo que o ambiente está bastante conturbado. "Propostas extremas, seja de um lado ou de outro, não são sustentáveis", afirmou ele durante evento em São Paulo. 

O ministro citou a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil como um ponto positivo para construir soluções políticas e econômicas. Por enquanto, uma liminar impede que Lula exerça o cargo e sua volta ao governo gerou fortes e contrárias manifestações populares, que pedem o fim do governo da presidente Dilma Rousseff.

"Nossa obrigação é continuar propondo medidas para melhorar a economia mesmo num ambiente político conturbado", acrescentou Barbosa.

'Propostas extremas, seja de um lado ou de outro, não são sustentáveis', afirmou ministro da Fazenda em eventoDivulgação

Ele disse que ainda há incerteza sobre quando a economia pode voltar a crescer, mas repetiu que o cenário trabalhado pelo ministério é de que o país pode voltar a expandir no final do ano. Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) do país despencou 3,8 por cento e, segundo projeções em pesquisa Focus do Banco Central --que ouve semanalmente uma centena de economistas--, deve recuar 3,54 por cento este ano.

Ele repetiu que o governo está trabalhando em duas frentes para buscar estabilizar a atividade, com medidas de curto prazo e de longo prazo, com propostas de reformas. Também reafirmou que a volta da CPMF é a "melhor alternativa" para aumentar temporariamente as receitas.

O ministro disse ainda que a inflação já começou a cair e que, a partir de março e abril, deve haver redução sobre um ano antes por conta dos preços de energia elétrica.

Questionado pela plateia se haveria a preparação de novas medidas para fornecer crédito para empresas, que sofrem com falta de liquidez, Barbosa disse que o Ministério da Fazenda estudava junto com o Banco Central algo neste sentido.

"Isso não é uma decisão formada, com várias ideias de como se dar assistência de liquidez via compulsório (bancário). Mas isso tem de ser feito com muito cuidado. Simplesmente baixar o compulsório não garante que isso vai chegar na ponta", afirmou ele, acrescentando que mudanças na regulação também poderiam ocorrer para a administração de crédito e rolagens de dívidas.

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