Por paulo.gomes

Rio - O Facebook investe em um projeto piloto para potencializar o empreendedorismo nas favelas cariocas com o uso da rede social. Desde o fim do ano passado, em parceria com a Central Única de Favelas (Cufa), a empresa já capacitou mais de 1,2 mil empreendedores, realizando encontros nas comunidades do Morro do Dendê, Chapadão, Rocinha, Vila Kennedy e Nova Holanda e no Laboratório de Inovação criado na sede da Cufa, em Madureira.

Nos encontros, casos de sucesso locais são apresentados como exemplos de uso da rede social para ganhar clientes e gerar mais renda. Segundo a diretora de empreendedorismo do Facebook, Camila Fusco, cada comunidade tem um treinamento diferenciado pois têm suas especificidades.

Encontros do Facebook capacitam para o empreendedorismo com o uso da rede socialDivulgação

“Fizemos um levantamento, fazemos cada evento voltado para o olhar da comunidade. Cada favela tem um perfil de empreendedorismo diferente”, constata Camila Fusco, que leva às comunidades com a “Facekombi” — uma kombi adaptada para os treinamentos.

Parque União, Pedreira, Vidigal, Cidade de Deus, Rio das Pedras e Alemão serão as próximas comunidades a receberem a visita do Facekombi pra o treinamento.

No encontro da Vila Kennedy, Zona Oeste, Max Marcelino, dono da Max Burguer, contou ao participantes como utiliza o Facebook para aumentar suas vendas. “Abri a hamburgueria na minha garagem e postava fotos na rede, em cinco meses a procura foi tão grande que tive de alugar uma loja", diz.

Luiz Felipe Gonçalves, morador da mesma comunidade é outro sucesso local: Cansado do emprego que tinha, saiu e começou a organizar festas. “Antes do Facebook era uma, duas por mês, hoje são 120”, conta, orgulhoso. O sucesso dele, em meio a crise econômica, aliou adequação ao mercado e publicidade. “Faço minha divulgação toda na internet e cobro um preço que o morador de favela pode pagar”, afirma o empresário, que hoje emprega 27 pessoas.

As histórias que já são sucesso nas comunidades impressiona os vizinhos que participam dos encontros. Foi o caso da vendedora de perfumes Heidi Oliveira. “Vou tentar usar e ver se consigo mais clientes também. Tenho que correr atrás disso”, disse ela, determinada.

Despertar o desejo de empreender é exatamente o objetivo do projeto. “Damos uma amostra para as pessoas depois irem ao curso na Cufa”, revela Camila. O laboratório da Central, em Madureira, tem um similar, em Heliópolis, São Paulo, mas o curso paulista também é diferente do carioca, adequando-se ao local.

Moradores são cadastrados pela ‘Facekombi’ para o treinamentoDivulgação

Projeto dará prêmio de R$ 15 mil

Além da capacitação para para o empreendedorismo em encontros nas comunidades do Rio de Janeiro e no Laboratório de Inovação na sede da Central Única das Favelas (Cufa), o Facebook também resolveu criar no Brasil uma premiação aos melhores casos de sucesso, como forma de estimular novas iniciativas.

Segundo a diretora de empreendedorismo do Facebook, Camila Fusco, o prêmio vai dar R$ 15 mil para cada contemplado. As inscrições ficarão abertas até 15 de junho.

“É uma oportunidade para quem está fazendo as oficinas participarem”, conta ela, que justifica o longo período de inscrições: “É o conceito de maratona. Queremos o máximo de participantes”, afirma.

Dependendo da procura às oficinas e ao prêmio, o Facebook poderá levar o treinamento para outras partes do país e do mundo. “É um projeto pioneiro, o Rio de Janeiro está tendo essa oportunidade. Depois das Olimpíadas vamos avaliar levar os resultados”, informou a diretora de empreendedorismo do Facebook.

Segundo ela, a intenção do Facebook é expandir o laboratório montado pela empresa na sede da Cufa, após as Olimpíadas. “Estamos ouvindo as demandas locais”, informa a diretora do Facebook.

Além do Rio, o Facebook também desenvolve projeto de capacitação para o empreendedorismo na comunidade de Heliópolis, na cidade de São Paulo, onde a empresa também criou um Laboratório de Inovação. “Em Heliópolis usamos multiplicadores que vão aos comerciantes e dão treinamento”, diz Camila, acrescentando que o laboratório em São Paulo também oferece cursos de editoração.

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