Por marlos.mendes

As centrais sindicais não vão mais apresentar ao governo interino propostas para a reforma da Previdência. Após reunião em São Paulo, na segunda-feira, Força Sindical, UGT, CSB e Nova Central decidiram que vão propor alternativas para aumentar a arrecadação e diminuir o déficit da Previdência. A reunião entre governo e centrais foi transferida de sexta-feira para dia 10.

De acordo com a Força sindical, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos (Dieese) vai compilar as propostas e elaborar um documento único para ser entregue ao governo até o começo da próxima semana.

“Não queremos apresentar propostas para a reforma. Queremos refazer todas as contas da Previdência”, afirmou o presidente licenciado do Sindicato Nacional dos Aposentados, ligado à Força, João Batista Inocentini.

De acordo com o dirigente, a primeira proposta a ser apresenta será vender os mais de 3 mil imóveis do INSS espalhados pelo país, que segundo ele, estão fechados e muitos em péssimo estado de conservação. “Se o governo se desfizer desses imóveis, mesmo repassando de graça, deixaria de gastar R$30 bilhões por ano com manutenção, contratação de seguranças, conta de luz e outros tributos”, explica.

A segunda proposta, revelou Inocentini à coluna do Aposentado no último dia 21, trata da regulamentação da contribuição previdenciária do agronegócio, prevista pela Constituição de 1988, mas que até hoje não foi efetivada. A terceira, e que traria mais recursos para o governo, na avaliação de Inocentini, é a revisão das desonerações das folhas de pagamentos oferecidas às empresas. Pelas contas dele o país deixou de arrecadar R$65 bilhões em 2015. Para este ano, o custo das desonerações será de R$ 61 bilhões.

Inocentini ressalta que com as três medidas, a União teria arrecadado R$101,9 bilhões em 2015 e fecharia com mais R$98,1 bilhões este ano.

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