Por gabriela.mattos
Brasília – A defasagem na tabela do Imposto de Renda acumulada pelo contribuinte brasileiro totaliza 83,12% desde 1996, período que o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) utilizou para acompanhar a evolução do IR. O estudo levou em consideração a estimativa de 30 de dezembro do Banco Central (Boletim Focus) para o fechamento do IPCA de 2016 em 6,36%.
De acordo com o levantamento do Sindifisco Nacional, se a tabela fosse corrigida pelos índices de inflação acumulados, a faixa de isenção para o Imposto de Renda seria até R$ 3.460,50. Atualmente, os isentos são todos aqueles que possuem renda tributável mensal superior a R$ 1.903,98.
Publicidade
A diferença de R$ 1.556,52 penaliza as camadas de mais baixa renda que estariam na faixa de isenção. Além disso, a defasagem se torna mais grave porque os aumentos dos rendimentos tributáveis deslocam contribuintes que estariam isentos para a primeira faixa de tributação.
Mas a defasagem repercute também sobre as demais faixas de contribuintes. Entre 1996 e 2016, a inflação registrada (283,87%) foi mais que o dobro da correção realizada pelo governo na Tabela do IR (109,63%). Nesse período, apenas cinco reajustes da tabela superaram o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).