Por bianca.lobianco
Rio - Enquanto o plano de saúde popular do governo Temer não sai do papel, a alternativa para os mais de 1,3 milhão de usuários que ficaram “órfãos” de operadoras de saúde é buscar alternativas mais em conta para não ficar “a descoberto”, como dizem no jargão do setor. Somente no Rio, 264 mil pessoas estão sem plano, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Existem no mercado opções com preços acessíveis como a Salutar e a Samoc. As mensalidades variam de R$ 114,79 (de 0 a 18 anos) a R$ 132,82 (de 0 a 33 anos), respectivamente.
"Ficou insustentável pagar. Agora tenho que buscar outras alternativas porque depender da saúde pública é impossível”%2C diz Ana Carolina RivasDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Na faixa acima de 59 anos de idade, que possui os preços mais altos, os valores vão de R$669,53 a (Samoc) R$686,19 (Salutar). “As coberturas e a rede referenciada devem ser levadas em conta antes de optar por um plano”, alerta Claudio Zoghbi, da Coopclass Corretora, que fica no Centro do Rio.

Existem planos mais caros, acrescenta Zoghbi, só que tudo depende do custo-benefício. “O consumidor precisa analisar qual serviço oferecido se adequa ao seu perfil, como o uso de mais consultas que internações, e o quanto pode dispor para pagar mensalmente”, orienta.

Para facilitar a vida de quem está nessa via-crúcis em busca de uma operadora com valores que caibam no bolso, O DIA fez um levantamento e listou as que estão mais em conta. A Assim Saúde, por exemplo, tem convênios que vão de R$ 168 (0 a 18 anos), passando por R$316,72, na faixa intermediária de 39 a 43 anos, e R$1.007,68 para quem tem mais de 59 anos de idade.

Na Golden Cross, o plano regional, os valores variam de R$ 186,66 (0 a 18 anos), R$ 334,91 (39 a 43) e R$ 1.120,32 (mais de 59 anos). E na Amil, quem tem até 18 anos desembolsa R$280,53, de 39 a 43 anos a mensalidade sai a R$ 556,86 e os mais velhos (acima de 59) pagam R$ 1.674,95.

O preço alto foi o que motivou a advogada Ana Carolina Rivas, 34 anos, do escritório Braga Jr, no Centro do Rio, a cancelar o plano. “Quando sai do emprego em maio de 2015, consegui fechar um plano por R$299, mas em julho do mesmo ano aumentou para quase R$350. No ano seguinte foi a R$ 440”, conta Carol, que conseguiu manter o plano até setembro. “Ficou insustentável pagar. Tenho que buscar outras alternativas porque depender da saúde pública é impossível”, diz. 
"Os convênios médicos estão muito caros%2C alguns não querem fazer o plano só para o bebê”%2C diz Maria Eduardaarquivo pessoal

Aplicativo ajuda a achar médicos

Para quem ainda não tem condições de arcar com os custos de um plano de saúde, a internet dá uma mãozinha na hora de encontrar um médico. Uma das opções é o aplicativo Doutor Já, que funciona via celular e pode ser baixado em aparelhos modelo Android, iPhone e também pela internet.

Mais de quatro mil profissionais de saúde e clínicas particulares que cobram valores mais em conta estão à disposição dos usuários, que podem agendar as consultas gratuitamente. O aplicativo cobra 10% do serviço gerado pelo site/app aos profissionais envolvidos. Para baixar o aplicativo acesse http://doutorja.com.br/.

Já quem quiser pesquisar preços deve acessar www.segurosrj.com e fazer a cotação online. “Na palma da mão o cliente acha o plano que dê pra ele pagar”, garante Fábio Pimentel, criador do site.

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E será essa a modalidade que a estudante de Recursos Humanos, Maria Eduarda Fernandez, 27 anos, moradora do Catete, vai utilizar para achar um plano de saúde para o pequeno Guilherme, que nasceu há apenas um mês e seis dias. “Os convênios médicos estão muito caros, alguns não querem fazer o plano só para o bebê”, conta Maria Eduarda, que informou que somente a Assim Saúde tem essa cobertura, que sai por R$ 176.