Por karilayn.areias

Rio - Pesquisa divulgada pelos órgãos de proteção ao crédito (SPC Brasil/CNDL) apurou que o país tinha 59,4 milhões de inadimplentes em julho de 2017. O levantamento foi feito a partir da quantidade de CPFs (Cadastro de Pessoa Física) com negativação nos cadastros das entidades creditícias. Em janeiro deste o ano, o número de documentos com restrições era de 58,3 milhões, o que indica que, apesar das discretas melhoras nos indicadores da economia, o cidadão comum ainda está com grande dificuldade em manter o seu orçamento equilibrado e para não atrasar as contas.

O usuário dos sistemas de crédito tem o seu CPF inscrito na lista de maus pagadores após 90 dias de atraso de uma dívida. Se considerarmos que a população economicamente ativa (conjunto de pessoas com idade e em condições de trabalho) do Brasil é estimada em 79 milhões, pode-se concluir que 75% estão com algum tipo de endividamento. De outra forma, é o mesmo que dizer de cada quatro pessoas em condições de trabalhar (estando ou não empregada) apenas uma mantém a sua vida financeira em ordem e três estão problemas com o CPF.

Trata-se de um número assustador, ainda que se saiba que muita gente com o nome sujo consegue levar a vida se equilibrando na corda bamba, mesmo estando com restrições para comprar a crédito.

A pesquisa apurou que o valor da dívida média dos negativados é de R$ 2.980, o que equivale a três salários mínimos. Em termos globais, pode-se dizer que é uma dívida relativamente baixa, sendo, provavelmente, decorrente da perda do emprego ou de parte da renda.

Os atrasos mais frequentes são de cartão de loja, cartão de crédito e cheque especial. Curiosamente, na outra ponta, as contas que mais estão em dia são, pela ordem: (1) plano de saúde; (2) condomínio; (3) aluguel; e (4) a TV por assinatura/internet.

O último item embute uma constatação dos dias atuais, de que até se pode admitir ficar endividado, mas ninguém vive mais sem a TV cabo para assistir o que quiser e sem acesso às redes sociais pela internet.

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