Por thiago.antunes

Rio - A proposta do governo federal de acabar com o horário de verão é polêmica e divide opiniões. De um lado, técnicos governamentais concluíram que a economia com a medida atualmente é irrisória, pouco representando em termos financeiros. De outro
lado, é inegável que alguma há redução de consumo e integridade do sistema elétrico como um todo.

Há vários aspectos sobre os quais a questão pode ser analisada. Existem pessoas, normalmente contrárias, que relatam que o horário de verão causa interferências no seu metabolismo corporal, alterando o sono, a disposição, a digestão entre outras funções. De outro lado, estão os defensores, que se sentem estimulados a atividades ao ar livre no fim do dia, como a prática de esportes e frequentar a praia depois do trabalho.

O fato concreto é que os hábitos das pessoas se modificaram. Até bem pouco tempo o pico de consumo se dava das 17 horas até 20 horas. Dessa forma, adiantar o relógio em uma hora tinha um efeito relevante na economia de energia, na medida em que se usava a luminosidade natural.

Atualmente, as pessoas mudaram os seus comportamentos. O avanço da tecnologia e a expansão da internet permite que gente trabalhe de casa. Assim, o pico de consumo passou para 14 horas, logo após o almoço, momento em que muita gente liga o ar condicionado para refrescar o ambiente.

Analisando o sistema elétrico, considerando que nos últimos anos, por conta da crise econômica o consumo caiu, nossos maiores problemas são as alterações nas chuvas e consequentemente na geração de energia. Por isso, as autoridades estão em dúvida se horário de verão deve continuar ou não.

Deve-se esperar, no entanto, que a crise econômica vai passar e a demanda por energia
elétrica vai crescer naturalmente nos próximos anos. Além disso, não vem sendo considerado que uma hora a mais de luminosidade ativa a economia, fazendo o dinheiro circular no comércio e nas atividades culturais e de entretenimento.

Hoje, o brasileiro e, em particular, o carioca, já está acostumado com o horário de verão. Terminar com a prática será interromper um hábito que já faz parte da forma de viver da cidade.

Gilberto Brga é professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral

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