Por karilayn.areias
Rio - A quarta-feira foi marcada por expectativa e agonia dos servidores estaduais. Após uma reviravolta na Justiça do Trabalho, o estado enfim conseguiu liberar, ontem à tarde, o pagamento dos atrasados referentes ao décimo terceiro de 2016 e o salário de outubro, conforme previsto anteriormente. A 'correria' levou o funcionalismo a conferir a todo instante se os valores caíram na conta. Nas redes sociais das categorias, o assunto dominava e os relatos eram variados sobre quem recebeu ou não.
Policial civil%2C Márcio contou que recorreu ao consignado para cobrir despesas que o 13º ajudava a pagarLuciene Santos

A ameaça de os pagamentos não saírem começou com uma liminar proferida na terça-feira pela 57ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT), que suspendeu o processo de privatização da Cedae. Isso porque a quitação dos atrasados foi feita com parte (R$ 1,8 bilhão) do empréstimo contratado com o BNP Paribas, que tem justamente as ações da companhia estadual como contragarantia, além do aval da União. E só depois que a Procuradoria Geral do Estado conseguiu cassar a decisão com recurso feito à presidência do tribunal é que o montante foi liberado para o depósito dos atrasados.

Em meio a esse cenário, a ansiedade imperou. A Secretaria de Fazenda informou que cumpriu todos os procedimentos para que os salários (13º de 2016 e outubro de 2017) caíssem na conta ontem. No entanto, até o fechamento desta edição, servidores de algumas categorias, como Polícia Civil, e aposentados da Educação, não haviam recebido. Já bombeiros militares e profissionais da Fazenda confirmaram o crédito.
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Policial civil, Márcio Gualberto, de 41 anos, contou que passou o dia e o começo da noite conferindo o aplicativo do banco, além do caixa eletrônico. "Vou fazer 15 anos como inspetor da Polícia Civil e nunca vivenciei uma situação tão calamitosa", disse.
Ele afirmou que chegou a contratar um consignado para cobrir despesas que costuma quitar com o valor do 13º: "Eu uso esse dinheiro para tentar começar o ano menos endividado, pagando contas de IPTU, IPVA, matrícula de colégio e aluguel".
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Em relação a novembro e o 13º de 2017, o governo pode quitar em janeiro, com a outra parte do empréstimo. O valor total da operação é de R$ 2,9 bilhões: ontem, R$ 2 bilhões chegaram ao caixa e, em até 60 dias, R$ 900 milhões estarão disponíveis.
Tudo isso será discutido em reunião, no dia 28, novamente marcada entre o Muspe e o governador Pezão. O movimento vai pedir também os juros sobre o 13º de 2016. 
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Humor em meio ao sofrimento
Foi um ano de espera do funcionalismo pelo 13º de 2016. E mesmo com o sofrimento, houve espaço para humor: viralizaram memes como o de crédito em instituições extintas (Banerj e Bamerindus). "Tá na conta nesses bancos", diziam. 
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Ativos da Educação recebem 13º de 2017  
O estado deposita hoje o 13º salário deste ano aos cerca de 80 mil servidores ativos da Educação. O pagamento será feito com verbas do Fundeb, assim como ocorreu no ano passado. 
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Os aposentados da secretaria não são comtemplados com a medida porque, por lei, recursos do fundo só podem ser destinados a pagamento de funcionários da ativa.