O período de prestação de contas com o Leão da Receita Federal começou e com ele também as "facilidades" oferecidas para os contribuintes anteciparem a restituição do Imposto de Renda Pessoa Física. Os lotes serão pagos entre os meses de junho a dezembro, desde que o contribuinte não caia na malha fina. Para quem tem pressa, os bancos antecipam a restituição. Mas será que vale a pena?
Especialistas alertam que é preciso ter cuidado ao optar por antecipar os valores com os bancos, pois há o risco de o contribuinte ficar com o dinheiro retido e receber apenas após regularizar a situação com a Receita. Até lá, terá de pagar os juros cobrados por um período maior. As taxas variam de 1,79% a 6,87% ao mês, dependendo da instituição financeira escolhida.
O contribuinte precisa estar ciente de que a antecipação é um empréstimo que envolve juros, reforçam os especialistas. O contador João Altair, membro do Conselho Federal de Contabilidade, indica a antecipação do IR apenas quando a pessoa tem dívidas no cartão de crédito ou no cheque especial, que tem taxas mais elevadas.
"Para o contribuinte, só vale a pena se for para reduzir dívidas caras", afirmou.
DIREITO À RESTITUIÇÃO
Já o professor do Ibmec e professor da Fundação D. Cabral, Gilberto Braga, explica que o contribuinte deve comprovar ao banco que tem direito à restituição. Segundo ele, a preocupação é com a possibilidade de cair na malha fina ou não receber a restituição dentro do calendário regular, pois, se ultrapassar o último lote, o empréstimo se torna uma operação convencional, com juros maiores.
Para Everton Generoso, especialista na área tributária, executivo-chefe do Grupo Insigne-Audiplanus, quem não estiver precisando do dinheiro imediatamente vale a pena aguardar a restituição, pois terá correção da taxa Selic, que está em 6,75% ao mês.
"De certa forma, é como se tivesse aplicado o dinheiro e receberá corrigido no dia da restituição", diz.
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