Por MARTHA IMENES
Publicado 12/03/2018 03:00 | Atualizado 12/03/2018 08:49

O período de prestação de contas com o Leão da Receita Federal começou e com ele também as "facilidades" oferecidas para os contribuintes anteciparem a restituição do Imposto de Renda Pessoa Física. Os lotes serão pagos entre os meses de junho a dezembro, desde que o contribuinte não caia na malha fina. Para quem tem pressa, os bancos antecipam a restituição. Mas será que vale a pena?

Especialistas alertam que é preciso ter cuidado ao optar por antecipar os valores com os bancos, pois há o risco de o contribuinte ficar com o dinheiro retido e receber apenas após regularizar a situação com a Receita. Até lá, terá de pagar os juros cobrados por um período maior. As taxas variam de 1,79% a 6,87% ao mês, dependendo da instituição financeira escolhida.

O contribuinte precisa estar ciente de que a antecipação é um empréstimo que envolve juros, reforçam os especialistas. O contador João Altair, membro do Conselho Federal de Contabilidade, indica a antecipação do IR apenas quando a pessoa tem dívidas no cartão de crédito ou no cheque especial, que tem taxas mais elevadas.

"Para o contribuinte, só vale a pena se for para reduzir dívidas caras", afirmou.

DIREITO À RESTITUIÇÃO

Já o professor do Ibmec e professor da Fundação D. Cabral, Gilberto Braga, explica que o contribuinte deve comprovar ao banco que tem direito à restituição. Segundo ele, a preocupação é com a possibilidade de cair na malha fina ou não receber a restituição dentro do calendário regular, pois, se ultrapassar o último lote, o empréstimo se torna uma operação convencional, com juros maiores.

Para Everton Generoso, especialista na área tributária, executivo-chefe do Grupo Insigne-Audiplanus, quem não estiver precisando do dinheiro imediatamente vale a pena aguardar a restituição, pois terá correção da taxa Selic, que está em 6,75% ao mês.

"De certa forma, é como se tivesse aplicado o dinheiro e receberá corrigido no dia da restituição", diz.

Alerta sobre golpe de cartas enviadas a contribuintes
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Juros variam de 1,79% a 6,87% ao mês
Adilson Teixeira: tentação de pegar empréstimo é grandeMarcio Mercante
O DIA consultou quatro grandes bancos do país sobre as taxas cobradas, valores antecipados e o prazo de pagamento. Todas as instituições exigem o recibo de entrega da declaração do IR com a indicação da conta corrente do banco para emprestar o dinheiro.
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Das instituições pesquisadas, somente a Caixa não oferece 100% do valor da restituição. No banco, é possível pegar até 75% do total a ser devolvido pelo Fisco, limitado a R$30 mil, com taxa de juros de 2,1% ao mês e prazo de pagamento para 30 de dezembro deste ano.
Os demais - Banco do Brasil, Bradesco e Itaú - emprestam 100% do valor com taxas, prazos e limites diferenciados. No BB, por exemplo, é possível pegar até R$ 20 mil, a juros de 1,89% ao mês. Nele, o prazo de pagamento é maior que nos demais: vai até 30 de janeiro de 2019.
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O Bradesco oferece até R$ 50 mil, a juros de 1,79% ao mês, e prazo de pagamento até 15 de dezembro deste ano. No Itaú, os juros são mais puxados: 6,87% ao mês. E os valores vão de R$ 5 mil a R$ 10 mil , para quitar até 15 de dezembro.
O aposentado Adilson Francisco Teixeira, 66 anos, de Mesquita, diz que a tentação é grande mas que com o salário minguado vai fugir de empréstimos. "Na hora de oferecer dinheiro são muitas facilidades, mas só nós sabemos como é difícil pagar se alguma coisa sair errada", conta.
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