Reproduzo aqui um estudo da Serasa Experian. Segundo o estudo, a crise política e econômica dos últimos três anos no Brasil não teve impacto na nota de educação financeira dos brasileiros em 2017. A 4ª edição do Indicador de Educação Financeira (Indef) da Serasa Experian revela que, na escala de 0 a 10, a nota média da população ficou em 6,2 (a mesma identificada no índice anterior, realizado em 2015). Ou seja, nem melhor, nem pior. Para chegar no resultado final, o único indicador do país a ter uma metodologia para conhecer e acompanhar a educação financeira, considera três subíndices: Atitude, Conhecimento e Comportamento. Tudo na mesma média.
Dentro do cenário econômico, a inadimplência também foi fator crítico em 2017 na vida da população brasileira. Em novembro do ano passado, 61,1 milhões de pessoas estavam com dívidas atrasadas no país, um recorde histórico. Segundo o Indef 2017, 62% das pessoas sentiram que suas despesas eram maiores que seus rendimentos ao menos uma vez nos últimos 12 meses. Isso representa um crescimento de 11 pontos percentuais, em relação a 2015, quando o percentual era 51%. Para conseguir pagar as contas em 2017, 37% tiveram que fazer cortes, 23% tentaram uma renda extra, 11% atrasaram ou deixaram de pagar alguma dívida, 10% pediram dinheiro emprestado para amigos ou parentes, 7% renegociaram dívidas, dentre outras atitudes.
Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a estabilidade do nível em dois anos, considerando que no período a população sofreu os impactos do conturbado cenário econômico e político, é sinal de que o brasileiro se comportou financeiramente de maneira adequada. "De alguma forma, o consumidor não se deixou abalar e buscou superar as dificuldades crescentes por meio de caminhos alternativos, como a iniciativa de enxugar o orçamento, por exemplo. Atitudes como esta não deixaram que a média do índice caísse em 2017", diz Rabi.
"Por outro lado, é importante dizer que o nível de educação financeira no Brasil ainda continua regular". Para a a gerente de Sustentabilidade Corporativa da Serasa Experian, Andréa Regina, é cada vez mais indispensável que o tema educação financeira esteja no discurso e ações práticas de todos os representantes da sociedade. "Alavancar o tema no país ainda é um desafio, mas deve ser visto como prioritário e um dos principais caminhos para um consumo mais seguro, o bem-estar do consumidor e a sustentabilidade do crédito e dos negócios", diz Andréa.
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