Leonardo Schneider: desde a aprovação do CPC em 2016, as ações de cobranças são mais rápidas Daniel Castelo Branco/ Agência O Dia
Por MARTHA IMENES
Publicado 17/04/2018 03:00 | Atualizado 17/04/2018 15:12

Rio - A concretização do sonho da casa própria pode estar mais próximo. Com a redução dos juros da Caixa Econômica Federal anunciada ontem, de 10,25% para 9% ao ano, no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), a disputa no mercado imobiliário promete ficar mais acirrada entre bancos que oferecem crédito neste ramo. E quem procura imóvel deve comparar os juros de outras instituições financeiras antes de fechar o financiamento.

"A medida da Caixa é importante e funciona como uma locomotiva para o segmento, não só pelo lado objetivo, mas também por estimular a queda de juros", Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), reforçando que pesquisar é a melhor arma para quem busca crédito imobiliário mais adequado ao orçamento.

As mudanças na Caixa no SFH valem para novos contratos e já estão em vigor. As linhas usam recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Estão enquadrados neste caso, imóveis residenciais de até R$ 800 mil, para todo o país, exceto para Rio, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, onde o limite é de R$950 mil. De acordo com o banco, com a redução, um imóvel de R$ 300 mil, por exemplo, para pagamento em 30 anos dá uma diferença de R$ 50 mil no fim do financiamento.

Já no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), com recursos próprios do banco, a taxa passou de 11,25% a 10% ao ano e o percentual de financiamento subiu de 50% para 70% do valor do imóvel. O SFI é voltado a unidades com preços acima de R$950 mil.

Condições de outros bancos

No Itaú, por exemplo, os juros estão parecidos com os da Caixa - que se viu obrigada a reduzir a taxa para ganhar mercado -, no SFH, está em 9% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Já no SFI, é a partir de 9,5% mais a TR.

No Bradesco, os juros são um pouco mais acima: 9,3% ao ano, além da TR para imóveis de até R$ 850 mil, no Sistema Financeiro de Habitação com FGTS. E no Sistema de Financiamento Imobiliário, a partir de 9,7% ao ano mais a TR.

No Santander, os índices variam de 9,49% ao ano mais TR a até 12% ao ano para imóveis que custam de R$ 60 mil a R$ 2 milhões. O Banco do Brasil cobra juros de 9,24% ao ano mais a TR em imóveis de até R$ 800 mil no SFH. Todos os bancos financiam até 80% do valor do imóvel.

A Caixa anunciou ainda a retomada da migração de financiamentos de até 70% de outros bancos, a chamada portabilidade. De acordo com o presidente do banco, Nelson Antônio de Souza, a redução das taxas, após 17 meses de juros congelados, visa fazer a instituição estatal retomar mercado perdido no setor imobiliário.

"O objetivo da redução é oferecer as melhores condições aos clientes, além de contribuir para o aquecimento do mercado imobiliário e as cadeias produtivas", disse.

Veja as opções

- Caixa Econômica

Os juros do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), caíram de 10,25% para 9% ao ano. No caso do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), a taxa passou de 11,25% para 10% ao ano.

- Itaú

No SFH, a taxa do banco está a partir de 9% ao ano mais a TR. Já no SFI, é de 9,5% ao ano mais a TR.

- Bradesco

A taxa está em 9,45% ao ano no banco para imóveis de até R$ 850 mil, no SFH.

- Santander

Os índices variam de 9,49% ao ano mais TR a até 12% ao ano para imóveis de R$ 60 mil a R$ 2 milhões.

- Banco do Brasil

As taxas de juros do BB é de 9,24% ao ano mais a TR para imóveis até R$ 800 mil financiados pelo SFH.

Colaborou a estagiária Carolina Moura

Sem queda desde 2016
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A última redução de juros aconteceu em novembro de 2016, quando a Caixa anunciou queda de 0,25 ponto percentual ao ano para todas as linhas. Ou seja, as taxas estavam congeladas há 17 meses. Já o limite para financiamento de imóveis usados foi reduzido duas vezes em 2017: para 60% em agosto e para 50% em setembro.
A mudança ocorre após a Caixa reduzir duas vezes o teto de financiamento de imóveis em 2017, deixar de ter as taxas mais baixas do mercado e perder a liderança nas linhas de crédito com recurso da poupança entre novembro do ano passado e janeiro deste ano.
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A Caixa informou ainda que não houve alteração na linha Pró-Cotista, que teve o teto elevado para 70%.

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